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Bolsonaro recebe críticas após enviar peça de impeachment de Moraes

O pedido foi entregue ao Senado nesta sexta. O presidente alega que o ministro do STF “joga fora das linhas da Constituição”

atualizado

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Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), se tornou alvo de críticas, nesta sexta-feira (20/8), após protocolar um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para parlamentares e um ex-ministro da Corte, a atitude só ameaça a independência dos Poderes.

Inimigo declarado do presidente, o senador Renan Calheiros (MDB), relator da CPI da Covid, usou as redes sociais para expor indignação com o ato. Segundo ele, “nunca se viu nas democracias um desvario igual ao de Bolsonaro ao propor o impeachment de Moraes”.

“O ataque é a gota d’água para os democratas. Não há diálogo com quem só ambiciona o confronto. Obviamente o pedido não prosperará e tem meu voto antecipado: não”, escreveu no Twitter.

O mais recente ex-ministro do Supremo, Marco Aurélio Mello, também não viu a atitude “com bons olhos” e a classificou como péssima em entrevista ao jornal O Globo.

“Estão esticando muito a corda, e isso é muito ruim. Isso não é bom em termos de bem estar para a sociedade. É péssimo em termos de fortalecimento das instituições, o momento, principalmente considerada a crise de saúde, é de temperança, de compreensão, de todos estarem unidos visando o melhor para o povo”, falou o ex-ministro.

Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, sugeriu a Bolsonaro “procurar o que fazer”. “Nós estamos com mais de 14 milhões de desempregados, 19 milhões de famintos, inflação descontrolada! Cuide dos problemas reais do país e não fique arranjando mais problemas do que o nosso povo já tem!”, diz post do parlamentar.

O líder da oposição na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que o pedido de Bolsonaro “não tem fundamento”.

“É vazio como o governo Bolsonaro, que, diante da derrota em 2022, apela a projeto autoritário. Com os ataques à democracia, Bolsonaro agrava a crise política, impedindo que a economia e a vida das pessoas melhorem”, escreveu no Twitter.

Até agora único a apoiar publicamente a atitude de Bolsonaro, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) afirmou que “de fato, esse é o mecanismo adequado para impor freio e julgar ações que extrapolam os limites constitucionais que o ministro vem realizando. A iniciativa conta com meu total apoio”.

Pedido de impeachment contra Moraes

Foi protocolado, no início da noite desta sexta, no Senado, o pedido de abertura de processo de impeachment contra Moraes. O documento foi levado por funcionários do Palácio do Planalto em nome do presidente Jair Bolsonaro, que assina a peça.

O chefe de gabinete do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi o responsável por recebê-lo.

Bolsonaro afirmou, no último sábado (14/8), que pediria abertura de processo contra Moraes e também contra o ministro Luís Roberto Barroso, que preside o Tribunal Superior Eleitoral, por considerar que eles estavam “jogando fora das quatro linhas da Constituição”.

Até o momento, foi entregue apenas o processo contra Alexandre de Moraes. O de Barroso está sendo preparado.

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