Bolsonaro reage a Doria e chama governador de “pilantra”: “Não é homem”
Durante coletiva, João Doria se referiu ao presidente como “facínora” ao comentar atuação do governo diante da crise em Manaus
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reagiu a uma declaração do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na qual se referiu ao chefe do Executivo nacional como “facínora”.
Durante coletiva nesta tarde, Doria foi questionado sobre a atuação do presidente diante da crise que o estado do Amazonas vive com o avanço da Covid-19 na região.
Com internações batendo recordes, unidades de saúde de Manaus ficaram sem oxigênio. O estado do Amazonas está sendo obrigado a enviar pacientes para outros estados.
“Será que o Brasil que você deseja para seus filhos e seus netos é o Brasil de Jair Bolsonaro? É o país de alguém que fala ‘e daí’, ‘pressa pra quê?’ ‘já fiz o que pude’, ‘o Brasil está quebrado’. Não, esse não é o Brasil que eu amo, esse não é o Brasil que eu gosto, esse não é o Brasil que eu defendo”, respondeu o governador em referência a algumas declarações polêmicas de Bolsonaro.
Doria prosseguiu: “Reaja Brasil, reaja Congresso Nacional, reajam governadores, reajam prefeitos, reajam dirigentes sindicais, reajam formadores de opinião. Ampliem a reação da imprensa, um dos poucos segmentos do país que tem se mantido a contrapor-se ao facínora que governa o país”.
“Não tem coragem moral”
Após a declaração, o presidente concedeu uma entrevista ao Brasil Urgente, da TV Band. Na ocasião, Bolsonaro disse que Doria é “pilantra”, que o governador “não tem coragem moral” e que ele “não é homem”.
“Um dos estados que tem mais infectados [pela Covid-19] é o estado de São Paulo. Eu sei que aí tem também o maior número de habitantes. Ele quer jogar a responsabilidade pra cima de mim? Será que ele tem coragem moral, porque homem ele não é, nós sabemos que esse pilantra aí não é homem, de criticar o Supremo Tribunal Federal, que falou que eu não posso interferir? Eu tô cometendo um crime, Datena, por interferir, por ajudar. E não o contrário”, afirmou o presidente, em tom irritado.
“Então, se esse moleque que governa São Paulo tem coragem moral, critique o Supremo Tribunal Federal, que falou que eu estou proibido de interferir em ações de combate à Covid em Estados e municípios. Estou desobedecendo o Supremo, estou desobedecendo o Supremo e estou interferindo”, prosseguiu.
Bolsonaro fez referência à decisão do STF que deu poder a estados e municípios para impor regras de isolamento, quarentena e restrição de transporte e trânsito em rodovias em razão da Covid-19. A Corte, no entanto, já afirmou que não eximiu o governo federal de suas responsabilidades.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro vem sendo questionado sobre o papel que vem exercendo no combate à pandemia. Em resposta, ele costuma afirmar que governadores e prefeitos é que devem ser cobrados.