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Bolsonaro questiona pesquisas e diz que Datafolha é “vendido”

Presidente afirmou que sua popularidade é maior do que a do ex-presidente Lula. Instituto apontou vitória de Bolsonaro em 2018

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O presidente Bolsonaro lê discurso no Planalto no lançamento do Programa Renda e Oportunidade. Ele usa terno e segura folha de papel, frente ao microfone com a bandeira do Brasil ao fundo - Metrópoles
1 de 1 O presidente Bolsonaro lê discurso no Planalto no lançamento do Programa Renda e Oportunidade. Ele usa terno e segura folha de papel, frente ao microfone com a bandeira do Brasil ao fundo - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em mais uma declaração contra pesquisas eleitorais que apontam maior intenção de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quarta-feira (15/6), o Instituto Datafolha é “vendido”.

“A minha popularidade não se discute em relação ao outro lado. O outro lado, o Lula, não consegue parar o carro e tomar uma tubaína na esquina, não consegue marcar um local para fazer um evento qualquer, não chega lá. Ele só faz evento em local fechado. Ora, esse cara que está com 45% em pesquisa? O Datafolha é vendido. Em 2018, o Datafolha falou que eu perdia para qualquer um se fosse para o segundo turno”, disse Bolsonaro em entrevista à jornalista Leda Nagle, em seu canal no YouTube.

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Quando não se entende como os estudos são feitos, é comum achar que institutos podem estar tentando manipular resultados. Afinal, por qual motivo as pesquisas eleitorais são tão diferentes e erram tanto, não é mesmo? A resposta é simples: dependendo do local, da escolha de abordagem e até do momento em que as pesquisas são feitas, os resultados podem divergir
As pesquisas eleitorais são um retrato do momento que os dados foram coletados. Elas não funcionam em tempo real. Por exemplo, se a intenção de voto para um candidato A é alta, mas no dia seguinte as coisas mudam pois ele se envolveu em polêmicas, a pesquisa estará desatualizada e não corresponderá mais à intenção do público
A metodologia utilizada também pode ser uma variante. As perguntas feitas pelas empresas e até mesmo a abordagem utilizada influenciam na resposta do público
Por exemplo, levemos em consideração que a empresa B escolheu realizar a pesquisa eleitoral entregando uma lista com nome dos candidatos para que a pessoa possa circular. A empresa C optou por abordar verbalmente pessoas na rua para descobrir a intenção de voto delas. A chance da empresa A conseguir mais participantes na pesquisa é superior às chances da empresa C, e isso já influencia no resultado de uma para a outra
Além disso, apresentar estímulos que podem afetar a resposta do eleitor, fazer a entrevista pessoalmente, por e-mail ou por telefone e até a ordem das palavras pode desestimular ou estimular a participação. Levando em consideração que várias empresas realizam enquetes, obviamente os resultados serão conflitantes
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Em época de eleição, as pesquisas eleitorais são, quase sempre, termômetros importantes para acompanhar o cenário político. No entanto, não é raro observar resultados divergentes entre pesquisas que foram realizadas durante o mesmo período. Isso, na verdade, não aponta erro, mas explica como certas metodologias adotadas por empresas podem influenciar resultados

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Quando não se entende como os estudos são feitos, é comum achar que institutos podem estar tentando manipular resultados. Afinal, por qual motivo as pesquisas eleitorais são tão diferentes e erram tanto, não é mesmo? A resposta é simples: dependendo do local, da escolha de abordagem e até do momento em que as pesquisas são feitas, os resultados podem divergir

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As pesquisas eleitorais são um retrato do momento que os dados foram coletados. Elas não funcionam em tempo real. Por exemplo, se a intenção de voto para um candidato A é alta, mas no dia seguinte as coisas mudam pois ele se envolveu em polêmicas, a pesquisa estará desatualizada e não corresponderá mais à intenção do público

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A metodologia utilizada também pode ser uma variante. As perguntas feitas pelas empresas e até mesmo a abordagem utilizada influenciam na resposta do público

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Por exemplo, levemos em consideração que a empresa B escolheu realizar a pesquisa eleitoral entregando uma lista com nome dos candidatos para que a pessoa possa circular. A empresa C optou por abordar verbalmente pessoas na rua para descobrir a intenção de voto delas. A chance da empresa A conseguir mais participantes na pesquisa é superior às chances da empresa C, e isso já influencia no resultado de uma para a outra

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Além disso, apresentar estímulos que podem afetar a resposta do eleitor, fazer a entrevista pessoalmente, por e-mail ou por telefone e até a ordem das palavras pode desestimular ou estimular a participação. Levando em consideração que várias empresas realizam enquetes, obviamente os resultados serão conflitantes

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O local onde as pesquisas são feitas também pode fazer diferença. Geralmente, áreas onde a renda dos habitantes é baixa, determinados partidos tendem a ganhar, assim como locais onde a renda dos habitantes é mais alta, a preferência por outro determinado partido é nítida. Se um instituto conseguir entrevistar mais pessoas em um local e não no outro, o resultado também será influenciado

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Ou seja, em termos práticos, as empresas, muitas vezes, não estão erradas. As diferenças metodológicas das pesquisas é que definem o resultado

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Apesar de o que possa parecer, as diferenças entre as pesquisas não são mal vistas. Elas, na verdade, ajudam os institutos a compararem os resultados e melhorarem a abordagem para obter resultados mais exatos no futuro

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Nas eleições de 2018, pesquisas aplicadas por diferentes institutos acertaram, ao mostrarem a tendência de alta do candidato Jair Bolsonaro, então no PSL, apesar de nem todas terem acertado sua vitória em segundo turno.

Bolsonaro registrava, no último levantamento do Datafolha antes do primeiro turno, 35% das intenções de voto, ante 22% de Fernando Haddad (PT). Nas urnas, Bolsonaro obteve 46,03% dos votos válidos e Haddad, 29,28%.

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“A preocupação minha é que o TSE entende que o Datafolha é um instituto de pesquisa sério. Aí fica aquela preocupação: opa, o voto é eletrônico. Será que vai aparecer ali uma fotografia: ‘No primeiro turno, Lula, 52%’, e acabou a eleição? É isso?”, continuou Bolsonaro na entrevista desta quarta-feira.

Críticas

Não é a primeira vez que Bolsonaro critica o Datafolha. Em maio, ao comentar resultado que mostrou Lula com 48% das intenções de voto, ele disse que a pesquisa foi “comprada”.

Segundo o levantamento, o atual chefe do Executivo federal tem 27% das menções. O ex-presidente abriu 21 pontos percentuais de vantagem sobre Bolsonaro na primeira pesquisa sem o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) e sem o ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro Sergio Moro (União Brasil).

Sem os brancos e nulos, Lula tem 54% dos votos válidos, o que seria suficiente para uma vitória em primeiro turno. Bolsonaro, por sua vez, registra 30%. Esse cenário é o da pesquisa estimulada, na qual os entrevistados escolhem entre nomes apresentados pelos entrevistadores.

O levantamento foi feito com 2.556 entrevistados acima de 16 anos, em 181 municípios de todos os estados brasileiros. A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 26 de maio.

Procurado por meio da diretora-geral Luciana Chong, o instituto Datafolha ainda não se manifestou sobre as declarações do presidente. O espaço permanece aberto.

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