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Bolsonaro quer quebrar recorde de Lula e levar 250 mil pessoas à posse

Em 2003, petista subiu a rampa do Palácio do Planalto numa cerimônia acompanhada por 200 mil participantes, segundo cálculos do PT

atualizado

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Daniel Ferreira / Metrópoles
Jair Bolsonaro no plenário da Câmara
1 de 1 Jair Bolsonaro no plenário da Câmara - Foto: Daniel Ferreira / Metrópoles

Após derrotar o PT nas urnas, nas eleições de outubro, o futuro presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PSL), pretende bater outra vez o Partido dos Trabalhadores e superar uma marca em poder do adversário: a de maior público no dia da posse, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O recorde de participação popular nesse evento pertence ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, ao assumir seu primeiro mandato, em 2003, levou oficialmente 150 mil pessoas ao coração político da capital federal. Para os petistas, o número é ainda maior: 200 mil participantes, que chegaram em caravanas de todos os cantos do país.

A equipe do presidente eleito mostra otimismo e fala em mobilizar de 250 mil a 500 mil pessoas para a solenidade de 1º de janeiro. Não será tarefa fácil, considerando todo o aparato de segurança espalhado pelo itinerário do presidente eleito, o maior e mais rigoroso já preparado para este tipo de evento. Até mísseis para abater aeronaves em pleno voo ficarão fixados em 12 bases terrestres espalhadas pela Esplanada dos Ministérios.

Quem quiser acompanhar o trajeto presidencial terá que fazê-lo a pé. E se pretender participar de todas as etapas da posse, da Catedral até o Itamaraty, terá que passar por pelo menos quatro detectores de metais.

Não será permitido portar vários objetos, como bolsas e mochilas, guarda-chuvas, garrafas ou latas, máscaras, armas de fogo, objetos cortantes, drones e carrinhos de bebê.

Mesmo assim, a posse de Jair Bolsonaro deverá facilmente bater as dos outros presidentes eleitos pelo voto direto, depois da redemocratização do país. Fernando Collor de Mello iniciou o mandato em 1991 com um público de 10 mil pessoas. Fernando Henrique Cardoso foi acompanhado na posse de seu primeiro governo, em 1995, por 20 mil pessoas. Já a festa da reeleição contou com apenas 1.500.

FHC passou a faixa presidencial para Lula, em 2003, com o público recorde de 150 mil pessoas – segundo a PM; para seu partido, a multidão era de 200 mil. Número que caiu para 10 mil quatro anos depois. Coube à petista Dilma Rousseff dois fatos inéditos: ser a primeira mulher eleita para a Presidência da República do Brasil, numa posse acompanhada por 30 mil pessoas, e a primeira a elevar o público na celebração da reeleição: 40 mil participantes.

Chefes de Estado
Em 2003, Lula pediu aos organizadores do evento uma “festa popular”. O PT havia articulado e organizado caravanas de todas as regiões, que chegaram a Brasília dias antes da posse. Mas a cerimônia também foi bastante prestigiada por líderes políticos internacionais. Lula convidou 160 presidentes e 18 compareceram.

Para a posse de Dilma, em 2011, vieram 47 líderes estrangeiros, sendo 23 chefes de Estado. Em 2015, na festa do segundo mandato da petista, vieram 22 lideranças, entre presidentes, primeiros-ministros ou vice-presidentes.

Segundo reportagem de O Globo desta semana, o número de altos dirigentes que virá à posse de Bolsonaro – 12 confirmados até sexta-feira (28/12) – é o menor desde 2007, quando só foram convidados embaixadores, e o tradicional jantar no Itamaraty no dia 1º foi cancelado. O motivo: o então presidente reeleito Lula disse que pretendia “economizar e celebrar junto ao povo”.

Em 1º de janeiro de 2019, quando Jair Bolsonaro subirá a rampa do Palácio do Planalto em seu primeiro dia como presidente, o cenário promete ser diferente. Mas o capitão da reserva aposta no seu carisma junto ao eleitorado, na sua promessa de livrar o país da corrupção e no seu discurso patriótico para levar um público recorde para a Esplanada – mesmo com todo o esquema de segurança – e novamente superar uma hegemonia dos petistas. A conferir.

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