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Bolsonaro promulga acordo da ONU sobre comércio internacional de armas

Texto, assinado pelo Brasil em 2013 e aprovado pelo Congresso Nacional em 2018, visa combater a venda e a compra ilegal de armamentos

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Presidente Jair Bolsonaro, primeira dama Michelle Bolsonaro e ministros acompanham a cerimônia Cerimônia de Cumprimento aos Oficiais-Generais promovidos no Palácio do Planalto 8
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro, primeira dama Michelle Bolsonaro e ministros acompanham a cerimônia Cerimônia de Cumprimento aos Oficiais-Generais promovidos no Palácio do Planalto 8 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou a promulgação do “Tratado sobre o Comércio de Armas”, aprovado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2013. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (16/8). 

O texto, que regulamenta a compra e a venda internacional de armas de fogo a fim de combater o comércio ilegal, foi assinado pela então presidente Dilma Rousseff (PT). 

Em 2018, sob o governo de Michel Temer (MDB), o Congresso Nacional aprovou o acordo e o então presidente ratificou o texto. Agora, com a promulgação do tratado e a publicação no Diário Oficial, os termos passam a ter força de lei no Brasil. 

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Com o decreto, qualquer pessoa pode conseguir a posse de armas no Brasil. Contudo, nem todos podem portar o artifício. Em outras palavras, é possível adquirir, registrar e manter uma arma guardada em casa. Por outro lado, apenas pessoas que tenham profissões específicas estão autorizadas a andarem armadas nas ruas
O artigo 6º da Lei 10.826/2003 permitia o porte de armas apenas para agentes de segurança pública, seguranças de empresas públicas e privadas ou membros do Exército
O decreto assinado por Bolsonaro, porém, incluiu ainda caçadores, colecionadores, conselheiros tutelares, oficiais de Justiça, advogados, agentes de trânsito, jornalistas da área policial, atiradores desportivos e motoristas de transportadoras, por exemplo, no grupo de pessoas que podem ir além de suas residências portando armamento
Quem se encaixa nas características do porte de armas precisa registrar as munições no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), do Exército, órgão responsável pela fiscalização dos artifícios
Mas não é tão simples quanto parece. Apesar de poder portar consigo o armamento municiado, CACs só podem fazê-lo quando estiverem indo a clube de tiros, exposição de acervos ou competições. No caso da utilização para caça, deve-se respeitar as normas de proteção à fauna e flora, da legislação ambiental
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Desde que assumiu a Presidência do Brasil, em janeiro de 2019, Bolsonaro assinou o Decreto nº 9.685, que facilitou o acesso a armas de fogo no país. Apesar de alterar o Estatuto do Desarmamento para facilitar a posse, o porte de armas não foi incluído na modificação. Em maio do mesmo ano, porém, Jair assinou o Decreto nº 9.785, que amplia a lista de profissionais que poderiam portar o artifício

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Com o decreto, qualquer pessoa pode conseguir a posse de armas no Brasil. Contudo, nem todos podem portar o artifício. Em outras palavras, é possível adquirir, registrar e manter uma arma guardada em casa. Por outro lado, apenas pessoas que tenham profissões específicas estão autorizadas a andarem armadas nas ruas

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O artigo 6º da Lei 10.826/2003 permitia o porte de armas apenas para agentes de segurança pública, seguranças de empresas públicas e privadas ou membros do Exército

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O decreto assinado por Bolsonaro, porém, incluiu ainda caçadores, colecionadores, conselheiros tutelares, oficiais de Justiça, advogados, agentes de trânsito, jornalistas da área policial, atiradores desportivos e motoristas de transportadoras, por exemplo, no grupo de pessoas que podem ir além de suas residências portando armamento

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Quem se encaixa nas características do porte de armas precisa registrar as munições no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), do Exército, órgão responsável pela fiscalização dos artifícios

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Mas não é tão simples quanto parece. Apesar de poder portar consigo o armamento municiado, CACs só podem fazê-lo quando estiverem indo a clube de tiros, exposição de acervos ou competições. No caso da utilização para caça, deve-se respeitar as normas de proteção à fauna e flora, da legislação ambiental

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Para o cidadão comum que se enquadre no rol de residentes de áreas rurais ou urbanas com elevados índices de violência, donos de comércio e profissionais da área de segurança, a posse de até quatro armas dentro da residência é permitida, e as munições precisam ser adquiridas por meio do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), órgão regulamentado pela Polícia Federal

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É importante ressaltar que, apesar de pessoas comuns terem o direito à posse de armas, elas não podem sair de sua respectiva residência portando o artifício

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Especialistas afirmam que, embora haja a flexibilização da lei, a posse de arma em residências é, na verdade, um risco para os moradores. Para tentar se precaver, portanto, Bolsonaro incluiu no decreto que, “na hipótese de residência habitada também por criança, adolescente ou pessoa com deficiência mental, deve-se apresentar declaração de que na casa há cofre ou local seguro com tranca para armazenamento”

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Atualmente, revólveres (calibre 22, calibre 36 e calibre 38), pistolas (calibre 32, calibre 22 e calibre – 380), espingardas (calibre 20, calibre 28, calibre 36, calibre 32 e calibre 12), rifles (calibre 22) e carabinas (calibre 38) podem ser comprados dentro da lei

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Para adquirir uma arma de fogo, é necessário desembolsar de R$ 2 mil a R$ 6 mil, tirando os gastos obrigatórios que fazem parte do requerimento da Polícia Federal, e demais custos extras

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O que diz o tratado da ONU

O Tratado sobre o Comércio de Armas estabelece regras para a exportação, a importação, o trânsito, o transbordo e a intermediação (denominadas transferência) de oito categorias de armas. São elas: 

  • tanques de guerra;
  • veículos de combate blindados;
  • sistemas de artilharia de grande calibre;
  • aeronaves de combate;
  • helicópteros de ataque;
  • navios de guerra;
  • mísseis e lançadores de mísseis; e
  • armas pequenas e armamento leve.

O texto tem o objetivo de regular o comércio internacional de armas convencionais, munições e seus componentes.

Proibição de exportação em casos específicos

Segundo o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, o tratado veda a exportação de armas convencionais, suas munições e componentes no caso de o Brasil ter conhecimento de que os produtos serão usados em violações dos direitos humanos, como:

  • prática do genocídio;
  • crimes contra a humanidade;
  • ataques dirigidos contra alvos civis ou civis protegidos;
  • ou outros crimes de guerra tipificados pelas convenções internacionais em que o Brasil faça parte.

Bolsonaro flexibilizou acesso a armas de fogo

Bolsonaro é defensor do armamento da população e prega que “um povo armado jamais será escravizado”. De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados em junho, o número de pessoas com licença para armas de fogo disparou no governo Bolsonaro e registrou um aumento de 474% em quatro anos.

Em 2018, havia 117,4 mil registros ativos para CACs. Até junho deste ano, o número chegou a 674 mil — maior valor da série histórica, que começou em 2005.

Há algumas semanas, o presidente tem dito que, se reeleito, pretende ampliar as licenças para armas de fogo. Segundo ele, a expectativa é que o número de registros ativos para caçadores, atiradores e colecionadores, os chamados CACs, chegue a 1 milhão já no ano que vem.

Atualmente existem mais armas de fogo em estoques particulares do que em patrimônios institucionais de órgãos públicos – como as polícias civis, federal, rodoviária federal e guardas municipais, além de instituições como tribunais de Justiça e Ministério Público.

Das 1.490.323 armas de fogo com registro ativo em 2021, apenas 384.685 estavam ligadas a órgãos públicos, segundo o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), da Polícia Federal.

Do total de licenças para CACs, 1,542 milhão estão com registros expirados, o que indica que há uma arma irregular a cada três armas registradas no país.

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