Bolsonaro prevê que transição na Saúde vai durar “uma ou duas semanas”
Durante conversa com apoiadores, presidente afirmou acreditar que Marcelo Queiroga fará um “bom trabalho” como ministro da Saúde
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (15/3) que a transição entre a gestão do ministro Eduardo Pazuello, frente ao Ministério da Saúde, e o futuro chefe da pasta, o médico cardiologista Marcelo Queiroga, deve durar entre uma e duas semanas.
“Anuncio agora que a nomeação do doutor Marcelo Queiroga, a partir de amanhã, vai ser publicada em Diário Oficial da União. E começa, então, uma transição que vai durar aí uma ou duas semanas”, afirmou o presidente durante conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada.
Bolsonaro acredita que o novo ministro fará um “bom trabalho”, dando continuidade ao programa implementando por Pazuello sobre a aquisição de vacinas contra a Covid-19.
“Tem tudo, no meu entender, para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje no tocante às vacinas – um programa bastante ousado. Mais de 400 milhões de doses contratadas até o final do ano. Esse mês, vamos receber mais de 4 milhões de vacinas. E essa política de vacinação em massa continuará cada vez mais presente no nosso governo”, disse.
“Vale lembrar que o Brasil é o quinto país, em valores absolutos, que mais vacina no mundo. Então, o trabalho do Pazuello está muito bem feito. A parte de gestão foi muito bem feita por ele. E, agora, vamos partir para uma parte mais agressiva no tocante ao combate ao vírus”, declarou Bolsonaro.
Quarto ministro
O médico Marcelo Queiroga foi escolhido por Bolsonaro no início da noite desta segunda, em meio às críticas sobre como governo vinha conduzindo a pandemia, que se aproxima de 280 mil óbitos.
Com a nova mudança no Ministério da Saúde, o médico será o quarto a ocupar o cargo desde o início do governo Bolsonaro, em 2019.
O presidente começou o mandato ao lado do também médico Luiz Henrique Mandetta, que permaneceu no cargo de ministro por um ano e quatro meses. A exoneração do então ministro ocorreu em 16 de abril, ainda no início da crise do coronavírus.
Bolsonaro e Mandetta discordavam sobre como lidar com o combate à pandemia. O ex-ministro apoiava medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos, constantemente atacadas por Bolsonaro.
O médico também se negou a endossar o uso geral de medicamentos sem comprovação científica no tratamento da Covid-19, como defendeu o chefe do Executivo no início da pandemia, a exemplo da cloroquina.
Para o lugar de Mandetta, Bolsonaro escolheu o oncologista Nelson Teich, que permaneceu no cargo durante 28 dias. No período em que comandou a pasta, Teich manteve o posicionamento adotado por Mandetta, em defesa do isolamento social e contrário ao uso de medicamentos sem eficácia no tratamento da doença.
O oncologista, inclusive, negou-se a alterar o protocolo do Ministério da Saúde sobre o “tratamento precoce” da Covid-19. Dias depois, já com o general Pazuello no comando interino da pasta, o governo divulgou uma nota informativa com orientações para “manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19”.
Quem é Marcelo Queiroga
Marcelo Queiroga, de 55 anos, é médico formado pela Universidade Federal da Paraíba. Ele fez residência médica no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, e treinamento em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, na Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Atualmente é responsável pelo Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Alberto Urquiza Wanderley, em João Pessoa (PB), e é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
O médico tem no currículo intensa atuação na Associação Médica Brasileira (AMB) e na Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), que também presidiu.
É casado com uma pediatra e tem três filhos – uma é médica, outro está a caminho da mesma formação, e o terceiro filho é advogado.