Bolsonaro prevê problemas de abastecimento por falta de fertilizantes
Em evento no Palácio do Planalto, presidente disse que a queda na produção de fertilizantes pela China vai afetar a cadeia produtiva global
atualizado
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Em discurso proferido nesta quinta-feira (7/10), no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que prevê “problemas de abastecimento” em 2022 em razão da queda na produção de fertilizantes pela China.
Enfrentando forte elevação dos preços da energia elétrica, o país asiático pode interromper as exportações dos produtos. Segundo Bolsonaro, isso pode gerar uma reação em cadeia na produção de alimentos e ocasionar desabastecimento no Brasil.
“Eu vou avisar um ano antes: por questão de crise energética, a China começa a produzir menos fertilizante. Já aumentou de preço, vai aumentar mais e vai faltar. A cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil. Vamos ter problemas de abastecimento o ano que vem”, indicou.
O mandatário disse ter conversado com o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, almirante Flávio Rocha, sobre o assunto desde março. Segundo ele, o auxiliar adiantou que vai entregar um plano emergencial para o país até o começo do mês de novembro.
O discurso foi proferido durante cerimônia de Modernização de Normas de Segurança e Saúde no Trabalho. Estavam presentes no evento os ministros Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), João Roma (Cidadania), Marcelo Queiroga (Saúde), Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União), Gilson Machado (Turismo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Na quarta-feira (6), Bolsonaro recebeu integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) em café da manhã no Planalto. Ele afirmou que tratou do assunto com os representantes do agronegócio.
Live
À noite, na tradicional live de quinta-feira transmitida pelas redes sociais, Bolsonaro voltou ao assunto:
“Mais um problema que temos pela frente aqui e esse aqui é seríssimo. Se bem que estamos apresentando solução para o caso aqui. A possível falta de alimento no mundo, a diminuição da oferta de alimentos no mundo”, disse.
Segundo ele, como deve faltar fertilizante futuramente, o agricultor vai plantar menos e a oferta vai reduzir, com o potencial de ocasionar aumento nos preços dos alimentos.
“Isso daí vai influenciar na agricultura. O homem do campo sabe o quanto de fertilizante tem que botar por hectare. Não adianta ele botar X – Y que não vai dar certo. Na ponta da linha, não vai ter a produtividade necessária. Ele vai ter que botar a mesma quantidade de fertilizante, como deve faltar fertilizante, por falta de oferta no mercado, ele vai plantar menos, se vai plantar menos, vai colher menos. Menos oferta e a procura igual tem aumento de preços”, explicou.