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Bolsonaro presta depoimento à PF sobre interferência na corporação

A oitiva ocorreu após determinação do ministro Alexandre de Moraes. Inquérito investiga suposta intervenção política no órgão

atualizado

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Bolsonaro Policia Federal
1 de 1 Bolsonaro Policia Federal - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A quatro dias do fim do prazo judicial, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prestou depoimento à Polícia Federal no inquérito que apura suposta intervenção política na corporação.

A oitiva foi realizada na noite desta quarta-feira (3/11), em Brasília. A informação foi revelada pela colunista Thaís Arbex, da CNN Brasil, e confirmada pelo Metrópoles. Bolsonaro respondeu a todos os questionamentos.

O depoimento ocorreu após determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). O prazo era de 30 dias e terminava em 7 de novembro.

A forma do depoimento travou a oitiva. Bolsonaro tentou prestar informações por escrito, mas posteriormente voltou atrás. Esse é um dos últimos andamentos do inquérito.

A investigação começou após o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro apontar que o presidente o pressionava para substituir o diretor-geral da corporação, à época Maurício Valeixo, além da coordenação da Polícia Federal no Rio de Janeiro — reduto eleitoral de Bolsonaro.

Segundo Moro, o presidente queria um aliado e exigia acesso a relatórios sigilosos da corporação. O caso foi motivo de crise e ocasionou o pedido de demissão do então ministro da Justiça, em abril de 2020.

Agora, a Polícia Federal deverá remeter o inquérito ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a quem cabe decidir sobre eventual denúncia contra o chefe do Executivo nacional.

Inquérito prorrogado

No mês passado, Alexandre de Moraes prorrogou por mais 90 dias o inquérito que apura suposta tentativa do presidente de interferir na Polícia Federal.

A investigação foi aberta pelo STF no ano passado, em atendimento a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e o mandatário do país não comentaram o caso até a mais recente atualização desta matéria.

Procurada pela reportagem, a Polícia Federal informou, por meio de nota, que não se manifesta sobre depoimentos.

Provas

Moro usa como provas da denúncia mensagens trocadas com o presidente em um aplicativo, e a reunião ministerial de 22 de abril de 2020.

No encontro, Bolsonaro reclamou que já teria tentado mexer na segurança e não conseguiu. A fala foi gravada e posteriormente liberada para divulgação pelo STF.

“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto-final. Não estamos aqui para brincadeira”, vaticinou.

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