Bolsonaro: povo quer “democracia, liberdade, respeito, transparência”

Em meio a decretações de sigilo em agendas e ataques a instituições democráticas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta sexta-feira (15/4), que a motociata de que participa em São Paulo demonstra que a população quer “democracia, liberdade, respeito, transparência”.

Bolsonaro está publicando, nas redes sociais, vários momentos da motociata. Em uma parada para cumprimentar apoiadores, ele transmitiu um vídeo no qual diz:

“Estamos aqui na Bandeirantes, já mais próximo de Americana… É uma participação fantástica, que demonstra que a população quer democracia, liberdade, respeito, transparência, ou seja, quer a legalidade. Então, tá de parabéns, aqui, o povo de São Paulo”.

A motociata realizada nesta Sexta-Feira Santa é chamada “Acelera para Cristo 2”. Organizadores avaliam que 2 milhões de motoqueiros estão presentes no evento.

A Rodovia dos Bandeirantes foi fechada, na manhã desta sexta, para a passagem da motociata, que seguirá até Americana, cidade no interior do estado. A rodovia deverá ficar interditada até as 15h. O evento do presidente coincidirá com a saída dos carros para o feriado da Semana Santa.

A motociata custará cerca de R$ 1 milhão para a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, segundo o governo do estado.

A concentração ocorreu no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital. O trajeto até Americana dura mais de duas horas — são cerca de 130 quilômetros de distância.

Em Americana, Bolsonaro é esperado para a Festa do Peão da cidade, junto com o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), pré-candidato ao governo paulista.

Apesar de não participar da organização das motociatas, Bolsonaro já acompanhou eventos do tipo em várias cidades do país, como Brasília, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e na própria São Paulo.

As motociatas começaram a ser realizadas em maio de 2021, como forma de demonstrar apoio ao presidente. Em alguns deles, Bolsonaro fez discursos em que disparou ataques às urnas eletrônicas, questionou a lisura das eleições, criticou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e duvidou da segurança e da eficácia de vacinas contra a Covid-19.

O presidente também já foi multado por não usar máscara, quando o uso do equipamento de proteção era obrigatório, e recebeu infração por usar capacete de modo irregular.