Bolsonaro planeja operação acolhida no RS: “Problemas na Argentina”
Presidente do Brasil, nesta quarta-feira, insinuou que a crise do país vizinho aumentou com a gestão de Alberto Fernández, líder da esquerda
atualizado
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O governo federal planeja promover a Operação Acolhida, com o objetivo de receber refugiados de países vizinhos, no Rio Grande do Sul. A medida seria dedicada a argentinos.
O plano foi adiantado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante conversa com apoiadores, nesta quarta-feira (28/7), no Palácio da Alvorada, em Brasília. O vídeo da fala foi divulgado por um canal no YouTube que apoia o presidente.
Bolsonaro assinalou que o governo argentino de esquerda acentuou a crise no país. Com isso, o Brasil estaria “se adiantando ao problema”, ao planejar a operação.
O titular do Palácio do Planalto comparou a situação da Argentina à realidade da Venezuela, que vive profunda instabilidade política e econômica, desde o fim do governo de Hugo Chávez, em 2016.
“Olha o que está acontecendo na América do Sul”, iniciou o chefe do Executivo brasileiro, ao dizer que alerta para o risco de a Argentina ter problemas com governos de esquerda desde 2019.
“Que sirva de exemplo. Se a esquerda voltar na Argentina, vamos ter problema. Falei isso em 2019. Se a esquerda voltar aqui [no Brasil], quem vai oferecer operação acolhida para nós, um país de 210 milhões de habitantes? Não precisa ter bola de cristal para saber o que vai acontecer”, defendeu.
O mandatário brasileiro ironizou a situação e citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O imbecil não aprende nunca. É o jumentão que fala ‘Lula Livre’. Tô (sic) a fim de fazer uma operação fechando fábrica de mortadela no Brasil”, afirmou. A fala arrancou risadas dos apoiadores do presidente.
O Brasil mantém, desde fevereiro de 2018, uma Operação Acolhida em Roraima, onde venezuelanos são recebidos. Na prática, militares fazem o ordenamento da fronteira, abrigam os imigrantes e interiorizam parte dos refugiados.
Rixa
A Argentina é comandada pelo presidente Alberto Fernández. Eleito em 2019, ele é um dos líderes da coalização progressista Frente de Todos, que reúne setores do peronismo e do kirchnerismo, e inclui partidos de centro-esquerda e de esquerda.
Desde a vitória, Fernández e Bolsonaro caminham em lados opostos. A rivalidade fez com que o presidente brasileiro se recusasse a ir à posse do mandatário argentino, em dezembro de 2019.
A Argentina vive uma profunda crise econômica, que aumentou a pobreza e a desvalorização da moeda local. A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, acentuou os problemas. Além disso, o governo sofre com incertezas sobre as tentativas de reequilíbrio das contas públicas.