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Bolsonaro planeja decreto para autorizar atividades de autônomos

Em entrevista na manhã deste domingo, presidente disse que trabalhadores informais poderão sofrer com a fome

atualizado

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Bolsonaro entra em carro após visitar comércio no DF
1 de 1 Bolsonaro entra em carro após visitar comércio no DF - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que pensa em editar um decreto tornando essencial toda atividade que sirva como meio de subsistência. Após retornar de um passeio por Ceilândia e Taguatinga neste domingo(29/03), ele afirmou que passou a pensar no assunto após conversar com os comerciantes e ambulantes.

“Tive a ideia agora e eu estou pensando em fazer um decreto desse, pra ver se cabe. Eu acho que é justo. Se o cara que corta grama não cortar grama, ele não vai ter dinheiro pra comprar arroz, feijão, leite pras crianças. Ele vai cortar grama, pô. Vai deixar a molecada morrer de fome?”, questionou.

Atualmente, apenas algumas modalidades de comércio estão autorizadas a funcionar, como supermercados, açougues, farmácias, padarias e veículos de comunicação. “Essencial é tudo aquilo que sirva para o homem e a mulher levar o leite para as crianças em casa. Levar o arroz e o feijão pra dentro de casa. Se não conseguir fazer isso, ele vai ter problema seríssimo de fome, subnutrição, inanição, talvez até morte”, destacou.

Contra o isolamento

O presidente decidiu quebrar as regras de quarentena devido ao coronavírus, na manhã deste domingo (29/03), ao ir às ruas do Distrito Federal. Depois de fugir de jornalistas no Palácio da Alvorada, ele visitou alguns comércios abertos na capital federal, uma vez que decreto do Governo do Distrito Federal (GDF) determina o funcionamento apenas de serviços essenciais.

Bolsonaro seguiu para um posto de gasolina, onde tirou fotos com frentistas e conversou com algumas pessoas que estavam por lá. Bolsonaro também visitou uma farmácia, uma padaria e um supermercado no Sudoeste.

Ao público que o cercava nas feiras, o presidente voltou a defender o retorno à normalidade. “O que eu tenho conversado com o povo: eles querem trabalhar. O que tenho falado desde o começo. Tem que tomar cuidado, quem é maior de 65 [anos] fica em casa.”

O chefe do Executivo voltou a defender o medicamento hidroxicloroquina, ainda em fase de testes quanto à eficácia no combate ao novo coronavírus. “Aquele remédio lá tá dando certo em tudo quanto é lugar”, pontuou.

O presidente publicou, em suas redes sociais, um vídeo no qual ele, acompanhado de seguranças, conversa com um ambulante, policiais e curiosos. Bolsonaro pede ao vendedor que, caso seja idoso, fique em casa.

“É difícil, mas a gente tem que trabalhar. A morte tá aí, mas seja o que Deus quiser, só não pode ficar é parado, com medo de morrer. Se você não morrer da doença, vai [morrer] de fome, um dos dois”, disse o vendedor de churrasco ao presidente.

Veja mais vídeos:

Bolsonaro também foi ao Hospital das Forças Armadas (HFA), onde ficou por 20 minutos. O Metrópoles questionou a assessoria do Palácio do Planalto sobre o motivo da visita. A Secretaria de Comunicação ainda não se manifestou.

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