Bolsonaro pede que embaixadores mostrem desabastecimento em supermercados do exterior
Presidente afirmou que fez pedido a representantes do Brasil no exterior e disse que em outros países não há “apenas inflação”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta quinta-feira (7/10), que sugeriu a representantes do Brasil no exterior que visitem supermercados locais para mostrar que há desabastecimento em outros países.
“Pedi agora a uma pessoa nossa que trabalha nos Estados Unidos, no Itamaraty, né, ir nos mercados, bem como alguns embaixadores da Europa também, mostrar o que está acontecendo. Lá não é apenas inflação, está havendo desabastecimento”, disse Bolsonaro ao participar de cerimônia no Palácio do Planalto.
O chefe do Executivo federal disse ainda que a China vai parar de produzir fertilizantes e que isso provocará uma reação em cadeia na produção de alimentos, gerando desabastecimento.
“Eu vou avisar um ano antes: fertilizantes, por questão de crise energética, a China começa a produzir menos fertilizante. Já aumentou de preço, vai aumentar mais e vai faltar. A cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil. Vamos ter problemas de abastecimento o ano que vem”, indicou.
O mandatário disse ter conversado com o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, almirante Flávio Rocha, sobre o assunto. Segundo o chefe do Executivo, o auxiliar afirmou que entregará um plano emergencial de fertilizantes. Bolsonaro aproveitou para afirmar que seus auxiliares foram escolhidos com base em critérios técnicos.
Não é a primeira vez que o presidente levanta a possibilidade de que algo causará o desabastecimento global de alimentos. Em setembro, ele afirmou em diversas ocasiões que uma alteração no marco temporal para demarcação de terras indígenas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) poderia provocar uma crise no setor.
Economistas ouvidos pelo Metrópoles, entretanto, condenam a declaração. Na avaliação deles, essa relação “não faz sentido”. Entenda o assunto nesta reportagem.
Críticas aos governadores e prefeitos
No discurso, feito durante cerimônia de Modernização de Normas de Segurança e Saúde no Trabalho, Bolsonaro voltou a criticar o fechamento de estabelecimentos, medida adotada por prefeitos e governadores em momentos mais críticos para conter a circulação do novo coronavírus. O presidente disse que a inflação é decorrente da política do “fique em casa”.
Sem citar nomes, ele afirmou que, durante a pandemia, “apareceram protótipos de ditadores no mundo todo” e em estados brasileiros.
Estavam presentes no evento os ministros Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), João Roma (Cidadania), Marcelo Queiroga (Saúde), Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União), Gilson Machado (Turismo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).