Bolsonaro: pasta do Trabalho vai continuar com status de ministério
Posicionamento do futuro presidente é um recuo na sua decisão anterior de extinguir o órgão, que seria incorporado a outra estrutura
atualizado
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira (13/11), em Brasília, que o Ministério do Trabalho não vai perder o atual status. Anteriormente, ele havia afirmado que a pasta seria descontinuada em seu governo. “Não sei o que vai ser. Estou em um estudo final com o Onyx Lorenzoni. Temos tempo. A princípio, é o enxugamento de ministérios. Ninguém está menosprezando o Ministério do Trabalho. Está sendo apenas absorvido por outra pasta. Continuará com status de ministério, e não de secretaria”, informou.
O posicionamento de Bolsonaro significa um recuo na sua decisão de extinguir o Ministério do Trabalho, anunciada por ele na última quarta-feira (7/11), quando afirmou que a pasta seria incorporada a alguma nova estrutura em seu futuro governo. “O Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério”, assegurou o presidente eleito naquele momento.
As declarações desta terça foram feitas pelo futuro presidente após reunião no Superior Tribunal Militar (STM), onde foi recebido pelo presidente do órgão, ministro José Coêlho Ferreira. Na ocasião, Bolsonaro voltou a afirmar que a responsabilidade sobre o reajuste salarial do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministério Público Federal (MPF) é do presidente Michel Temer. Aos jornalistas, Bolsonaro declarou que não deverá revogar a medida, caso seja sancionada pelo emedebista.
“Está nas mãos do Michel Temer. É motivo de preocupação. Estamos com um déficit enorme para o ano que vem”, ressaltou o futuro presidente.
G20
Bolsonaro afirmou que não deverá participar da reunião da cúpula do G20 marcada para o fim do mês, na Argentina. Ele havia sido convidado por Temer para acompanhar o evento. “Estou estudando, mas, a princípio, não. Com os problemas de saúde ainda, tento evitar viagens mais longas”, disse.
No início da tarde desta terça, Bolsonaro esteve com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, e mais seis magistrados da Corte, no primeiro encontro do presidente eleito com os integrantes da Justiça Eleitoral.
Bolsonaro foi ao TSE acompanhado do general Augusto Heleno, escolhido como chefe do Gabinete de Segurança Inconstitucional (GSI) do futuro governo. A reunião com os ministros durou pouco mais de 40 minutos e ocorreu um dia após o TSE apontar inconsistências na prestação de contas da campanha do capitão da reserva. Não houve declarações à imprensa depois do encontro.
Gestão do ensino superior
Ainda na tarde desta terça-feira (13/11), o presidente eleito também visitou o comandante do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Britto Pereira. Na ocasião, ele afirmou que a gestão do ensino superior deverá permanecer no Ministério da Educação, em vez de ser transferida para o Ministério da Ciência e Tecnologia, como chegou a ser cogitado pelo governo eleito.
Ainda no TST, o futuro presidente afirmou estar considerando dois nomes para a pasta do Meio Ambiente e que a escolha deverá ser feita nos próximos dias. O perfil escolhido terá que se empenhar em destravar a questão ambiental, a qual, segundo Bolsonaro, atrapalha o desenvolvimento do país. “As licenças ambientais têm atrapalhado muito o desenvolvimento do Brasil”, observou.