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Bolsonaro parabeniza Cármen Lúcia por investigação contra Ribeiro

Ministro da Educação é suspeito de envolvimento em esquema de facilitação de recursos da pasta repassados aos municípios

atualizado

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Bolsonaro e Damares 2
1 de 1 Bolsonaro e Damares 2 - Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (PL) parabenizou a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ter autorizado, nesta quinta-feira (24/3), que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por conta das suspeitas de favorecimento de pastores no repasse de verbas da Educação a municípios.

“A PGR pediu ao Supremo autorização para processar o ministro Milton, né, ou seja, para investigar essa questão. E a Cármen Lúcia, senhora Cármen Lúcia, acabou de autorizar. Parabéns a Cármen Lúcia. Estou muito feliz e o Milton também está muito feliz com essa autorização que o Supremo deu para o procurador-geral da República investigar esse episódio. Esperamos que os prefeitos colaborem, realmente, com informações que levem à conclusão e responsabilização dos fatos”, disse o presidente, durante transmissão ao vivo nas redes sociais.

Na live, o presidente saiu em defesa do ministro da Educação e disse que as acusações contra ele são uma “covardia”. “O Milton, coisa rara de eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, afirmou o presidente.

Nesta semana, o jornal Folha de S.Paulo revelou um áudio em que Ribeiro diz ter atendido a pedidos do presidente Jair Bolsonaro (PL) para favorecer pastores com verbas do MEC.

Na live, Bolsonaro não explicou por que Ribeiro citou seu nome e nem porque teria pedido ao ministro para que o pastor Gilmar Santos fosse favorecido no MEC.

Na semana passada, o jornal O Estado de S.Paulo já havia revelado a existência de um “gabinete paralelo” de pastores. O suposto grupo exerceria controle sobre verbas e agenda do Ministério da Educação.

Segundo o presidente Jair Bolsonaro, após as reportagens, ele pediu para que a Polícia Federal também investigasse o caso.

Gabinete paralelo

O “gabinete paralelo” do MEC seria formado por pastores sem cargo no governo. São eles: Gilmar Santos e Arilton Moura. Ambos são integrantes da Assembleia de Deus; Gilmar também preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb).

A atuação incluiria pedidos de propina de um líder religioso a um prefeito para facilitar acesso a recursos da pasta. Para agilizar o direcionamento de fundo orçamentário proveniente do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado R$ 15 mil e 1 quilo de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).

Na ocasião, Arilton teria mencionado deliberadamente a destinação de recursos, na presença de outros prefeitos. O pastor também teria repassado o número da conta bancária para que os líderes municipais efetuassem as transferências.

O que diz o ministro

Em nota divulgada nessa terça-feira (22/3), o ministro da Educação disse que a distribuição de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ele negou favorecimento da pasta a pastores.

O chefe da Educação federal alegou ainda que “o presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”.

Milton Ribeiro ainda reafirmou compromisso com a laicidade do Estado. “Ressalto que não há qualquer hipótese e nenhuma previsão orçamentária que possibilite a alocação de recursos para igrejas de qualquer denominação religiosa”.

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