Bolsonaro: pane em avião foi “sinal de Deus” para Ciro aceitar convite
Presidente disse que futuro ministro palaciano “está feliz” e que “sonho” do senador era chefiar uma pasta como a Casa Civil
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (27/7) que o fato de o avião do senador Ciro Nogueira (PP-PI) ter apresentado problema durante voo foi um “sinal de Deus” para ele assumir o comando da Casa Civil.
O senador e o presidente se reuniriam na tarde de segunda-feira (26/7), mas após a pane no avião que transportava o senador para o Brasil – Ciro passava férias com a família no México – o encontro precisou ser remarcado para esta manhã. Após a reunião, o senador aceitou o convite para chefiar a pasta palaciana (leia mais abaixo).
Em entrevista à Rede Nordeste de Rádio, o chefe do Executivo federal afirmou que o parlamentar relatou “o desespero e a agonia de quem estava ao seu lado”. “Ele também ficou preocupado”, disse Bolsonaro.
“O Ciro, há três dias, viu a morte também ao seu lado, quando ele, em pleno voo, viu uma turbina do avião que explodiu”, declarou o presidente.
“E nesse momento é aquele que você realmente procura se encontrar. ‘De onde vim? Para onde vou? Como está a minha vida?’ […] O Ciro relatou isso para mim. Então foi um sinal de Deus. Um dia depois do convite que eu fiz para ele [assumir a Casa Civil], [teve] esse problema com o avião”, prosseguiu.
Segundo Bolsonaro, Ciro Nogueira afirmou que assumir um ministério como a Casa Civil era um “sonho”.
“O Ciro está feliz. Ele me falou que o sonho dele era ocupar um ministério como esse. E dizer que não é o Ministério de Minas e Energia, onde o orçamento é bilionário, não é Transporte, não é Desenvolvimento Regional… é a chefia da Casa Civil. É a alma do governo. É realmente a nossa interlocução com o Parlamento brasileiro de forma salutar, e não de forma comprada como ocorria no passado”, afirmou Bolsonaro.
Ciro na Casa Civil
Mais cedo, nesta terça, o senador Ciro Nogueira se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro e informou que aceita o convite para chefiar a Casa Civil.
O parlamentar é presidente do PP, um dos partidos da base de apoio do governo no Congresso, e é um dos principais líderes do Centrão. A nomeação deve ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) nos próximos dias. A data de posse ainda não foi marcada.
A nomeação do presidente do PP havia sido anunciada na última quarta-feira (21/7), dentro de uma pequena reforma ministerial. Ciro Nogueira vai assumir a pasta hoje comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos. Este, por sua vez, será realocado na Secretaria-Geral da Presidência da República, chefiada por Onyx Lorenzoni, que vai para o Ministério do Trabalho e Previdência, órgão a ser recriado.
A mudança pegou o general Ramos de surpresa. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, ele disse que não tinha conhecimento da troca e afirmou que foi “atropelado por um trem”. “Eu não sabia, estou em choque. Fui atropelado por um trem, mas passo bem”, assinalou.
Ramos é amigo pessoal do presidente Bolsonaro. O general assumiu a Secretaria de Governo (Segov) em meados de 2019. Como o militar não tinha experiência política, o seu fraco desempenho o levou a ser substituído pela deputada federal Flávia Arruda (PL-DF). Em março de 2021, ele foi para a Casa Civil.