Bolsonaro pagou R$ 240 mil a empresa que só existe no papel
Segundo a revista Época, campanha do presidenciável contratou produtora de vídeo, mas local onde deveria funcionar a empresa está vazio
atualizado
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Nova polêmica envolvendo o nome de Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República, aponta que a produtora de vídeo contratada pelo presidenciável – a qual recebeu R$ 240 mil dos recursos da campanha – não funciona no local apresentado pelo político em prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A informação é da revista Época, que visitou o QG da Mosqueteiros Filmes Ltda em Petrolina (PE) e descobriu que, no endereço, havia apenas uma casa vazia.
Segundo informações da revista, moradores do bairro afirmaram que o imóvel está desocupado há pelo menos dois anos. Há uma placa posicionada em frente ao estabelecimento anunciando a venda da casa – onde vídeos para a TV e redes sociais da candidatura presidencial de Bolsonaro deveriam ser produzidos.
Reportagem da Época desta semana mostra que o serviço é realizado por funcionários de outra empresa, cujo sócio é parente dos donos da Mosqueteiros. Para a advogada Karina Kufa, responsável pela prestação de contas da campanha, trata-se de um problema trabalhista da produtora.
De acordo com advogados eleitorais ouvidos pela publicação, informar na prestação de contas o CNPJ de uma empresa laranja – que não é a que de fato está prestando o serviço – pode ser considerado crime de falsidade ideológica eleitoral se constatada a intenção de fraude.