Em nova série de ataques à imprensa brasileira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (27/02/2020) que chamar os veículos de comunicação do Brasil de “podres” é um “elogio”. A declaração foi feita durante transmissão ao vivo nas redes sociais.
“Nós não podemos nos envenenar com essa mídia podre que nós temos aí, em grande parte podre que nós temos aí. Vai ter manchete amanhã: chamou a imprensa de podre. Agora, podre é elogio. O tempo todo mentindo, se eu fizesse uma coletânea aqui ia ter umas 50 matérias por semana para botar para vocês”, disse o presidente.
Bolsonaro se mostrava inconformado com a revelação feita pela jornalista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo, de que ele tem divulgado um vídeo estimulando manifestação contra o Parlamento desde antes do Carnaval. A informação foi confirmada pelo Metrópoles. Após a revelação, a jornalista tem sido duramente atacada nas redes sociais por bolsonaristas.
Além disso, Bolsonaro ainda criticou o colunista Guilherme Amado, da Revista Época, que publicou nota nesta semana dizendo que as mesas de café da manhã de quando o chefe do Executivo ainda era candidato à Presidência, em 2018, eram fakes – montadas para sempre mostrar objetos simples e para conferir o ar de improviso de uma casa comum, sem sofisticação. “A imprensa tem que vender a verdade, enquanto ficar com essa fofocaiada toda, complica. Tem gente que ainda acredita nesses repórteres aqui, nesse Guilherme Amado”, disse.
Não obstante, ainda durante a transmissão ao vivo desta quinta, o presidente afirmou que direcionará os seus ministros a deixar de concederem entrevistas à TV Globo, e aceitarem convites apenas da
CNN Brasil, prevista para estrear em março no país. “A CNN Brasil vai ser uma rede de televisão diferente aí da Globo, pelo que eu estou sabendo. Torço para que isso seja real, realmente, para que a gente possa destinar aqui, fazer com o que os nossos ministros vão dar entrevista para essa televisão e não para televisão que, como a
Globo, ouve meus ministros e quando acaba dá a entender que aquele ministro é um bom ministro apesar do presidente.”
E acrescentou, finalizando: “Deu coisa boa no governo? O ministro é responsável. Deu coisa errada, o presidente é responsável. Não podemos deixar que nossos ministros deem entrevista também para televisões que não tenham compromisso com a verdade, que não tenham compromisso com o Brasil.”