Bolsonaro nomeia João Roma, do Centrão, para Ministério da Cidadania
Deputado do Republicanos será o 3ºa chefiar área social do governo. Orçamento previsto para o ministério é de R$ 104,2 bilhões em 2021
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nomeou nesta sexta-feira (12/2) o deputado João Roma (Republicanos -BA) como novo titular do Ministério da Cidadania.
Roma, do Centrão, assumirá o cargo no lugar de Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que foi exonerado do cargo e realocado no Palácio do Planalto, desta vez, como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. A vaga palaciana estava vazia desde a ida de Jorge Oliveira para o Tribunal de Contas da União (TCU). As mudanças foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
A escolha por João Roma é uma das “moedas de troca” de Bolsonaro em favor de políticos do Centrão, que garantiram a eleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) e do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para o comando da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente.
Roma será o terceiro ministro da Cidadania do governo Bolsonaro (relembre os outros ministros mais abaixo). Inicialmente, os cotados para assumir a pasta eram três, todos do Republicanos: Jhonatan de Jesus (RR), Marcos Pereira (SP) e João Roma (BA). Jhonatan foi líder do partido na Câmara em 2020 e Pereira é o presidente nacional da sigla.
O Planalto tinha preferência por Roma, já que o parlamentar é ligado ao presidente do DEM, ACM Neto, de quem Bolsonaro se aproximou fortemente durante as negociações para as eleições do novo comando do Congresso.
O Ministério da Cidadania é responsável pela área social do governo. A pasta gere os programas Bolsa Família e o auxílio emergencial, por exemplo. Este último deve ser restabelecido pelo governo em um novo modelo para auxiliar trabalhadores informais afetados pela pandemia do coronavírus.
Quem é João Roma
Deputado federal em primeiro mandato, João Inácio Ribeiro Roma Neto, de 48 anos, é neto homônimo do político pernambucano conhecido por ter sido deputado federal por três vezes nas décadas de 50 e 60, filiado à Aliança Renovadora Nacional (Arena).
O agora ministro da Cidadania foi assessor do governo de Pernambuco entre 1991 e 1994, durante gestão de Joaquim Francisco (PFL). Entre 1995 e 1998, trabalhou no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como assessor do Ministério da Administração e Reforma do Estado.
Ainda na administração federal, Roma foi delegado do Ministério da Cultura para o Nordeste entre 1999 e 2002 e chefe do escritório da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em Salvador entre 2002 e 2004. Em maio de 2003, tornou-se presidente nacional do PFL Jovem.
Desde o início do primeiro mandato de ACM Neto na prefeitura de Salvador, em 2013, João Roma foi chefe de gabinete do prefeito, de quem se tornou próximo. Ele abandonou a função em 2018, para concorrer ao cargo de deputado federal.
Ex-ministros e orçamento
Criado no início da gestão Jair Bolsonaro como resultado da fusão dos ministérios do Desenvolvimento Social e do Esporte, o Ministério da Cidadania inicialmente foi comandado por Osmar Terra (MDB-RS), que se licenciou do mandato de deputado federal em janeiro de 2019. Ele permaneceu no cargo por pouco mais de um ano.
Com a mudança, Onyx foi para a Cidadania em fevereiro do ano passado. Ele enfrentava desgastes no comando da Casa Civil. Com isso, Terra voltou para a Câmara e Onyx passou a comandar a pasta social do governo.
Segundo a proposta apresentada pelo governo federal no fim do ano passado, o Ministério da Cidadania deve ter um orçamento de R$ 104,2 bilhões em 2021.
O órgão ganhou um reforço em relação a 2020. O valor global do orçamento autorizado para a pasta no ano passado foi de R$ 85,9 bilhões, dos quais foram executados 99,7% do total disponibilizado.
Além desse valor, R$ 298 bilhões foram executados neste ministério para as ações de combate à pandemia da Covid-19 – essencialmente, o auxílio emergencial.