Bolsonaro no Twitter: “Fico três dias fora e me querem de volta”
Em transmissão semanal, ele brincou com notícia de que seu filho Carlos teria confiscado a senha presidencial de acesso ao microblog
atualizado
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Na live semanal feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), nesta quinta-feira (25/04/2019), o chefe do Executivo se pronunciou sobre o suposto “roubo” da senha de suas redes sociais pelo seu filho e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC).
“A primeira pergunta [do café com jornalistas] foi porque eu estava sem escrever no Twitter há três dias. Reclamaram que eu legislava pelo Twitter. Fiquei três dias sem, agora quer que eu volte?”, disse o presidente, bem humorado. Contudo, ele não se estendeu sobre o desentendimento com o filho, após o filósofo Olavo de Carvalho disparar críticas a integrantes militares do governo federal.
O presidente também mencionou outra polêmica: a suposta recusa da estudante Yasmin Alves de cumprimentá-lo durante solenidade de Páscoa com crianças da Escola Classe 1, da Estrutural (DF). Nesta quinta-feira, a menina foi ao Planalto e recebeu uma blusa do Flamengo do presidente, que pretende visitá-la em casa, neste sábado (27/04/2019).
“O objetivo da minha visita é desfazer essa tremenda injustiça feita com a menina [considerada mal educada por não cumprimentá-lo]. Queremos uma maneira dela se sentir feliz e voltar a frequentar a sala de aula”, completou Bolsonaro.
Além do presidente, participaram da transmissão desta noite o advogado-geral da União (AGU), André Mendonça; o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO); o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o secretário da Pesca, Jorge Seif. Como de costume, toda a transmissão foi traduzida em Libras.
Reforma da Previdência
Coube ao Major Vitor Hugo falar sobre o trâmite da reforma da Previdência no Congresso Nacional durante a transmissão ao vivo. Segundo ele, o Brasil teve uma grande vitória nesta semana, com a aprovação da admissibilidade da “PEC da nova Previdência”, como chama o governo.
O líder parabenizou o presidente da comissão especial, Marcelo Ramos (PR-AM), e o relator, Samuel Moreira (PSDB-SP) – ambos designados hoje.
Enem
Na manhã desta quinta, o presidente fez uma visita ao Ministério da Educação (MEC). Segundo ele, toda semana irá ao local para “aprofundar laços de amizade e depois trocar informações”.
O ministro da Educação garantiu que o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), irá acontecer este ano, mesmo após divulgação contrária da imprensa.
“Uma dica: questões ideológicas não vão acontecer esse ano. [Para estudar] Foque mais nas técnicas de escrita, interpretação de texto, matemáticas e ciências”, orientou Weintraub, completando que a prova não será como no passado.
O presidente disse ainda que “há muitas pessoas colocando um papel na parede escrito diploma, e que isso não é o ideal”. Neste momento, Bolsonaro contou ter feito um curso técnico para consertar televisão e geladeira. “Eu ficava com raiva quando estragava e fui aprender”, justificou.
Seguro defeso dos pescadores
Na live, foi falado também sobre fraudes no seguro defeso dos pescadores. “Não é possível que em um programa social, 66% seja fraude”, disse o secretário Jorge Seif. Segundo ele, Controladoria-Geral da União (CGU) e outros órgãos criarão uma força-tarefa para identificar essas fraudes.
“Estamos fazendo um sistema até o inicio de junho para um recadastramento inicial dos beneficiários. Agora, temos pessoas com 7 anos recebendo e outras com 148. Seria cômico se não fosse trágico”, ressaltou Seif.
Decreto
Para encerrar a transmissão, o presidente assinou um decreto por meio do qual todos os órgãos de controle passam a ter acesso livro ao dinheiro público, ou seja, valores empregados nas escolas, na saúde e na educação. Segundo o advogado da AGU, “não tem sigilo bancário a partir desta assinatura”.
Após Bolsonaro comentar a censura do Supremo Tribunal Federal (STF) a uma matéria publicada pela revista Crusoé e pelo site O Antagonista sobre o presidente da Casa, Dias Toffoli, André Mendonça afirmou que a AGU foi instada a analisar se o presidente do Supremo “pode ou não instaurar um inquérito“. Contudo, ele não adiantou nenhum posicionamento. Segundo Mendonça, a pasta atuará, pois o papel da AGU é defender os três poderes, não somente o Executivo.