Bolsonaro nega que tenha chamado Covid-19 de “gripezinha”; relembre falas
Presidente afirmou que “não existe vídeo ou áudio” em que ele fale dessa maneira, mas já o fez em pronunciamento e durante coletiva; veja
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou nesta quinta-feira (26/11) que, desde o início da pandemia da Covid-19, tenha chamado a doença de “gripezinha”.
Em transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente disse que “não existe vídeo ou áudio” dele se referindo ao novo coronavírus dessa forma.
“Falei lá atrás que, no meu caso, pelo meu passado de atleta, eu não generalizei, se pegasse o Covid, não sentiria quase nada. Foi o que eu falei. Então, o pessoal da mídia, a grande mídia, falando que eu chamei de ‘gripezinha’ a questão do Covid. Não existe um vídeo ou um áudio meu falando dessa forma. E eu falei pelo meu estado atlético, minha vida pregressa, tá? Que eu sempre cuidei do meu corpo. Sempre gostei de praticar esporte”, disse.
Veja:
Bolsonaro, no entanto, já se referiu à Covid-19 pelo menos duas vezes, em ocasiões públicas, como uma “gripezinha” ou um “resfriadinho” — ambas em situações oficiais, que constavam na agenda presidencial.
A primeira vez ocorreu em 20 de março, durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente afirmou que, depois da facada que levou em 2018, durante um ato eleitoral em Juiz de Fora (MG), não seria uma “gripezinha” que irá derrubá-lo.
“Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar não, tá ok? Se o médico ou o ministro da Saúde me recomendar um novo exame, eu farei. Caso o contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presentes”, declarou Bolsonaro.
Veja:
Alguns dias depois, em 24 de março, durante um pronunciamento veiculado em rede nacional de rádio e televisão, o presidente afirmou:
“Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria acometido, quando muito, de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico, daquela conhecida televisão”.
Veja:
Uso de máscaras
Ainda durante a transmissão desta quinta, Bolsonaro disse um “estudo sério” será divulgado acerca da eficácia no uso de máscaras de proteção durante a pandemia.
“A questão da máscara, não vou falar muito porque ainda vai ter um estudo sério falando da efetividade da máscara — se ela protege 100%, 80%, 90%, 10%, 4% ou 1%. Vai chegar esse estudo. Acho que falta apenas o último tabu a cair”, disse.
Autoridades sanitárias nacionais e internacionais recomendam o uso de máscaras a fim de frear o avanço do coronavírus.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 171.460 vítimas em razão da pandemia e acumula outros 37.614 casos do novo coronavírus.