Bolsonaro nega que fará “ruptura institucional”, mas reclama: “Provocam o tempo todo”
Presidente falou em “ditadura branca” e reclamou de suposto cerceamento de mídias sociais e de prisões “sem devido processo legal”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (19/8), em agenda em Cuiabá (MT), que não haverá ruptura institucional de sua parte, mas reclamou do que chamou de provocações.
“Da minha parte não haverá ruptura. Sei das consequências internas e externas de uma ruptura, mas provocam-nos o tempo todo”, afirmou.
Em seguida, ele fez referência, sem citar nomes, à prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson, ocorrida na semana passada, e à suspensão da monetização de páginas acusadas de propagação de notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro. A desmonetização das páginas foi determinada na última segunda-feira (16/8) pelo corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Felipe Salomão.
“Não é justo prender quem quer que seja, sem o devido processo legal. Não é justo o TSE desmonetizar páginas que falem que o voto impresso é necessário ou que desconfiam do voto eletrônico. Daqui a pouco, os TREs vão fazer a mesma coisa”, declarou.
“Nós jogamos dentro das quatro linhas da Constituição. Alguns poucos jogam fora delas. Não podemos aceitar uma ditadura branca em nosso país, com cerceamento de mídias sociais.”
O mandatário está em Cuiabá, Mato Grosso, para entregar 42 equipamentos agrícolas às comunidades indígenas, no seminário Regional Etnodesenvolvimento e Sustentabilidade Centro-Oeste.
7 de setembro
Bolsonaro disse ainda que pretende participar de protestos no próximo dia 7 de setembro em Brasília e em São Paulo. Os atos nas capitais estão sendo organizados por apoiadores do governo, com apoio do presidente.
Na mesma data, Bolsonaro deve participar de algum ato alusivo à Independência do Brasil, ainda que reduzido e sem público.
“Perguntam onde estarei em 7 de setembro. Estarei, como sempre, onde o povo estiver. Posso adiantar: pretendo estar na Esplanada dos Ministérios. Pretendo, à tarde, estar na paulista. E convido. Eu fui convidado e convido qualquer politico a comparecer ao evento. É a segunda independência nossa”, afirmou. “Se é difícil lutar com liberdade, imagine lutar sem liberdade.”