Bolsonaro nega pressão sobre jogadores e técnico da Seleção Brasileira
Durante conversa com apoiadores, o presidente disse que sua participação na Copa América se resumiu a abrir o país para sediar o campeonato
atualizado
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Em interação com apoiadores nesta segunda-feira (7/6), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou pressão sobre os jogadores e o técnico da Seleção Brasileira, Tite. O chefe do Executivo federal disse que seu papel na Copa América se resumiu a dar condições para o Brasil sediar o campeonato.
No fim de semana, o SporTV noticiou que o presidente da CBF, Rogério Caboclo, havia prometido ao presidente substituir o técnico por Renato Gaúcho. Caboclo foi afastado no domingo (6/6), por causa de uma denúncia de assédio.
“Olha, a minha participação na Copa América é abrir o Brasil para que ela seja realizada aqui. Já tem os quatro estados acertados, tudo certinho. No tocante a jogador, técnico, eu estou fora dessa, não tenho nada a ver com isso aí”, disse o mandatário na saída do Palácio da Alvorada.
“Cada um tem, na sua cabeça, sua própria seleção e um técnico. Eu tenho na minha também – só que a minha eu falo com meus amigos aqui. Nem para vocês eu falo, porque estão gravando aqui”, continuou ele.
A conversa de Bolsonaro com apoiadores foi divulgada por um canal no YouTube simpático ao presidente.
A estreia na Copa América está marcada para domingo (13/6). O Brasil fará a partida de abertura da competição contra a Venezuela, às 18h, no Mané Garrincha.
Haverá jogos no Rio de Janeiro, Goiânia, Cuiabá e Brasília. O governo federal tem sido duramente criticado por permitir a realização do evento durante a pandemia.
Mesmo insatisfeitos, os jogadores da Seleção Brasileira decidiram disputar a Copa América. Segundo o site Globo Esporte, os atletas devem confirmar a participação na competição continental após a partida contra o Paraguai, nesta terça-feira (8/6), válida pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022.
A confirmação pode vir acompanhada de um manifesto sobre como a competição foi organizada e trazida para o Brasil, em meio à grave crise sanitária que o país vive em decorrência da Covid-19, com mais de 470 mil mortos.
Ministro não vê risco adicional
Nesta segunda-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que “não vê risco adicional” ao Brasil com a realização do torneio durante a pandemia de Covid-19.
Queiroga justificou que outros campeonatos de esportivos ocorrem normalmente no país e afirmou que “não houve sequer um caso de contaminação em campo”. O ministro também citou os jogos eliminatórios da Copa do Mundo, partidas da Copa Sul-Americana, da Libertadores e dos Jogos Pan-Americanos de Atletismo, como exemplo de segurança sanitária.