Bolsonaro: “Não falo sobre PSL para evitar pingue-pongue”
Presidente analisa possibilidades de deixar a sigla sob o argumento de falta de transparência na executiva
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, nesta quarta-feira (16/10/2019), que tem evitado falar sobre o PSL, partido ao qual é filiado, para “evitar ping-pong”. Uma crise protagonizada pelo chefe do Executivo e o presidente da sigla, deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), tem dividido parlamentares desde a última semana.
“Não falo sobre PSL para evitar pingue-pongue. Eu não quero pingue-pongue. E, se Deus quiser, a gente vai resolvendo aí. O Brasil está acima do nosso partido. Nosso partido é o Brasil”, declarou, após uma visita à casa do general Eduardo Villas Bôas, nesta tarde.
O mandatário do país repetiu o discurso que sustentou no início da manhã, no Palácio da Alvorada. “Com o PSL, está tudo certo. O que nos une é a transparência. Não tem lado B nem lado C nem lado A”, afirmou.
Bolsonaro analisa as possibilidades para deixar o partido sem que parlamentares que o apoiam sejam prejudicados. Estratégias jurídicas nesse sentido são estudadas pelos advogados Karina Kufa e Admar Gonzaga, que é ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Racha no PSL
A crise foi exposta no dia 8 de outubro, na área externa ao Palácio da Alvorada, quando o presidente da República recomendou a um apoiador que esquecesse o PSL, acrescentando que o deputado Luciano Bivar está “queimado para caramba”.
No Legislativo federal, um grupo bolsonarista tenta impor a troca da executiva do PSL como condição pela permanência na legenda. A deputada Carla Zambelli (SP), que anunciou a ideia, afirma que junto a ela estão de 30 a 35 colegas. A ala ligada a Bivar avalia que o presidente da sigla tem sido injustiçado.
Uma operação da Polícia Federal que mirou o deputado federal nessa terça-feira (15/10/2019) agravou a situação. Enquanto os apoiadores de Bolsonaro viram a ação policial como uma comprovação da falta de transparência do partido, os “bivaristas” enxergaram como uma possível retaliação do Executivo.