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Bolsonaro: “Ministério da Defesa se destaca por ter a tropa nas mãos”

Presidente afirmou que a Defesa, “em última análise, poderá fazer o país rumar em direção à normalidade, ao progresso e à paz”

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O presidente Bolsonaro cumprimenta os Oficiais-Generais promovidos na cerimônia realizada no palácio do Planalto. Ele olha para cima frente ao palco com fundo azul - Metrópoles
1 de 1 O presidente Bolsonaro cumprimenta os Oficiais-Generais promovidos na cerimônia realizada no palácio do Planalto. Ele olha para cima frente ao palco com fundo azul - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (5/4) que, entre as 23 pastas do seu governo, a que mais se destaca é a do Ministério da Defesa. Segundo o chefe do Executivo federal, isso se deve ao fato de o ministério “ter a tropa em suas mãos”, em referência às Forças Armadas — que são subordinadas ao ministro da Defesa.

“Tenho 23 ministros. Todos são importantes, mas um se destaca. É o da Defesa, porque tem a tropa em suas mãos. É o que, em última análise, poderá fazer o país rumar em direção à normalidade, ao progresso e à paz”, afirmou Bolsonaro durante cerimônia de cumprimento a oficiais-generais promovidos pelo governo.

Em seu discurso, o presidente disse que os militares são a “âncora” do país e que eles sempre estiveram “ao lado da legalidade”.

“Deveres, garantias, responsabilidades. Nós sempre estivemos ao lado da legalidade. E tenho certeza, se a pátria um dia voltar a nos chamar, por ela tudo faremos, até mesmo em sacrifício da própria vida”, declarou.

Na sequência, acrescentou: “O povo espera muito de nós. Querem paz, querem tranquilidade, querem transparência, querem um governo que realmente trabalhe por eles”.

Recentemente, o mandatário da República deu posse ao novo ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Ele era comandante do Exército e assumiu o posto de ministro no lugar de Walter Braga Netto, que é cotado como vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de outubro.

Bolsonaro fala que sofre “açoites”

Ainda durante o evento desta terça, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil passou por “momentos difíceis” durante os três anos e três meses de seu governo. Ele afirmou que sofre “açoites quase que diários” por parte de “alguns poucos”.

Em sua fala, o presidente não citou nomes, mas disse que esses “açoites” são motivados por “interesses pessoais”.

“O Brasil já viveu, nesses três anos, momentos difíceis. E às vezes a gente se pergunta como é que a gente consegue ainda estar em pé com os problemas que ninguém esperava. Como o da pandemia, falta de chuva, guerra quase do outro lado do mundo, problemas internos. Açoites quase que diários — não para defender a pátria, mas por interesses pessoais de alguns poucos que podem muito, mas tenho certeza, não podem tudo”, declarou Bolsonaro.

Apesar de não ter citado nomes, o mandatário do país fez referência aos três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – e que também integram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE): Luís Roberto Barroso (ex-presidente da Corte), Edson Fachin (atual presidente) e Alexandre de Moraes (que irá presidir o tribunal durante o pleito de outubro). O presidente costuma dizer que os ministros acham que são os “donos da verdade”.

Boicote à imprensa

Nessa segunda-feira (4/4), durante almoço com empresários, no Rio de Janeiro, o presidente da República pediu para o setor boicotar a imprensa e parar de anunciar em veículos que, segundo ele, “mentem o tempo todo”. Na sequência, ele criticou os ministros do STF, mas sem citá-los. Disse que “enchem o saco o tempo todo”.

“Eu peço a vocês [empresários], órgãos de imprensa que mentem o tempo todo, não anunciem nesses órgãos de imprensa. Não podemos avançar com mentiras. Falhas? Temos. Nós nos corrigimos quando se faz necessário. Mas realmente não é falha”, disse Bolsonaro.

“E não é só a imprensa. Tem dois ou três de outro poder que ficam enchendo o saco o tempo todo. Não admitem a gente trabalhar em paz no nosso país. E dizer a todos vocês, vocês não serão ninguém se faturarem muito, mas se perderem a liberdade”, acrescentou.

Barroso, Fachin e Moraes são o alvo predileto da artilharia de Bolsonaro, que diz não criticar poderes, mas autoridades. Após manifestação de 7 de Setembro, no ano passado, o presidente chegou a pedir ao Senado o impeachment de Moraes, o que não prosperou.

Outras críticas

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro voltou a lançar dúvidas sobre as eleições, quando disse, durante agenda no Nordeste: “não serão dois ou três” que vão decidir a contagem dos votos nas eleições de outubro.

Ele também disse esperar que as eleições deste ano ocorram “sem nenhuma surpresa” por parte da Justiça Eleitoral.

A volta das críticas de Bolsonaro aos ministros ocorre no momento em que ele é aconselhado, pelo comitê que trabalha pela sua reeleição como presidente da República, a “ter calma”. O grupo é liderado pelo Centrão.

Última pesquisa do Instituto Datafolha mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 43% das intenções de voto para o primeiro turno, contra 26% de Bolsonaro. Segundo o levantamento, a reprovação do governo Bolsonaro caiu para 46%. A aprovação da atual gestão é de 25%.

A avaliação do Planalto é de que críticas ao STF e ao sistema eleitoral acenam à base mais radical, que teve grande influência na eleição de Bolsonaro em 2018.

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