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Bolsonaro minimiza incêndios na Amazônia: “Fogueira de São João”

Dados recentes do Inpe mostram que desmatamento na região entre agosto de 2020 e julho de 2021 foi o maior para o intervalo desde 2006

atualizado

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Presidente Jair Bolsonaro rindo; Ao fundo, escudo redondo azul-celeste, símbolo da república
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro rindo; Ao fundo, escudo redondo azul-celeste, símbolo da república - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou os incêndios na floresta amazônica e comparou as queimadas na região com “uma fogueira de São João”. A declaração foi feita a apoiadores, na noite desta terça-feira (23/11), no Palácio da Alvorada.

Durante a conversa com simpatizantes, uma mulher disse que estava acompanhada com um homem norte-americano, que mora no estado da Califórnia. Bolsonaro, então, perguntou ao homem se há muitos registros de incêndio na sua região, ao que o homem responde, em inglês, que sim.

“Ninguém fala nada, né? Quando acende uma fogueira de São João na Amazônia, aí está pegando fogo a Amazônia…”, declarou o presidente.

Dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite-Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na semana passada, mostram que o desmatamento na Amazônia, entre agosto de 2020 e julho de 2021, foi o maior para esse intervalo de tempo desde 2006. A área desmatada foi de 13.235 km².

Apesar de os dados terem sido divulgados apenas na última semana, a informação já era conhecida pelo governo brasileiro desde antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP 26).

A data de 27 de outubro na nota técnica informa que o resultado já era sabido pelas autoridades, mas foi publicado apenas recentemente. A COP, que foi realizada em Glasgow, na Escócia, começou quatro dias depois que as informações sobre o desmatamento tinham sido liberadas.

Seita ambiental

Também na semana passada, durante agenda em Dubai, nos Emirados Árabes, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, diante de empresários e autoridades árabes, que a Amazônia é “úmida” e “não pega fogo”. Em 2020, o mandatário do país fez a mesma observação e afirmou que há uma “seita ambiental” europeia, cujo interesses são estimular uma “briga comercial” para prejudicar o agronegócio brasileiro.

Durante discurso em evento de investimentos, Bolsonaro disse que os “ataques” que o Brasil sofre quando relacionados ao meio ambiente “não são justos” e convidou os investidores árabes para conhecerem a Amazônia “de fato”.

Ainda durante a viagem internacional, o presidente chegou a dizer que o Brasil foi “atacado” durante a COP 26: “Ali [COP] é um local onde quase todos apresentam os problemas para os outros resolverem. Você pode ver. China, Índia, EUA não assinaram nada. Nós somos os que mais contribuímos para a não emissão de gases de efeito estufa e que por vezes mais pagamos a conta, mais somos atacados”, disse.

Críticas à política ambiental

Desde 2019, o governo do presidente Bolsonaro tem sido criticado pela forma como tem conduzido a questão do desmatamento na Amazônia. De acordo com números divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia Legal teve uma área de 877 km² sob alerta de desmatamento, uma alta de 5% em relação a 2020 e recorde para o mês de outubro na série histórica.

Dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima, mostram que o Brasil tem aumentado o total de gás carbônico emitido para a atmosfera, apesar de ter firmado um acordo de redução há mais de 10 anos.

Segundo o Observatório do Clima, a quantidade de gás carbônico emitida pelo Brasil em 2020 foi a maior desde 2016. Desde 2010, o país elevou em 23% o valor de gases de efeito estufa.

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