Bolsonaro mantém viagem à Rússia e diz que espera convite de Biden
Presidente minimizou a orientação de representantes norte-americanos para que o Brasil evite aproximação com a Rússia neste momento
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou, na tarde desta quinta-feira (3/2), a preocupação dos Estados Unidos sobre a ida do mandatário brasileiro à Rússia. O chefe do Executivo brasileiro disse que, se fosse convidado pelo presidente Joe Biden, estaria nos Estados Unidos com “o maior prazer”.
“Brasil é Brasil, Rússia é Rússia. Faço um bom relacionamento com o mundo todo, assim como, se Joe Biden me convidar, estarei nos Estados Unidos com o maior prazer”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva em Porto Velho. O líder brasileiro foi à capital de Rondônia para se reunir com o presidente do Peru, Pedro Castillo.
Bolsonaro está com viagem marcada para Moscou, na Rússia. A data oficial ainda não foi divulgada, mas estima-se que o embarque ocorra entre 12 e 14 de fevereiro. Segundo o jornal O Globo, representantes do governo dos Estados Unidos expressaram às autoridades brasileiras que consideram o momento impróprio para a aproximação entre Bolsonaro e o presidente da Rússia, Vladmir Putin.
A preocupação da nação americana é ocasionada pelo conflito que ocorre na fronteira da Rússia com a Ucrânia – situação que se tornou um dos pontos da agenda entre o Brasil e os EUA, desde que os brasileiros assumiram, neste mês, um mandato de dois anos como membros rotativos do Conselho de Segurança da ONU. Para os representantes da Casa Branca, o isolamento de Putin seria a melhor opção no momento.
Fontes revelam que a cautela dos americanos foi apresentada em conversas entre membros dos dois governos, apesar de não ter sido discutida oficialmente no contato telefônico entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o chanceler Carlos França.
Segundo revelou o colunista Igor Gadelha, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, tenta convencer o presidente Jair Bolsonaro a emendar uma visita à Ucrânia após a viagem à Rússia. O argumento é que a visita dupla demonstraria que o Brasil não está tomando partido na disputa entre Ucrânia e Rússia, que vivem uma tensão na fronteira entre os dois países.