Bolsonaro lamenta operação do Facebook: “Sobrou para quem está do meu lado”
Rede social anunciou na quarta a suspensão de contas ligadas ao PSL e a gabinetes da família do presidente
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lamentou nesta quinta-feira (9/7) a operação do Facebook que excluiu contas ligadas a gabinetes da família Bolsonaro.
Durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente disse que “a onda agora é dizer que as páginas [ligadas] à família Bolsonaro, de assessores que ganham dinheiro público para isso, promovem ódio”. Bolsonaro afirmou que os atingidos pela operação da empresa foram pessoas que o apoiam.
“[…] A derrubada de páginas do Facebook no mundo: no Brasil, sobrou para quem? Para quem tá do meu lado, para quem é simpático à minha pessoa”, disse o presidente.
O Facebook anunciou nessa quarta-feira (8/7) a exclusão de 35 contas, 14 páginas e um grupo na plataforma de pessoas ligadas diretamente ao Partido Social Liberal (PSL) e a gabinetes da família Bolsonaro. Outros 38 perfis no Instagram também foram excluídos pelos mesmos critérios.
“Nós temos falta no Brasil, não é de um canal de direita, mas de um canal de direito. Poucos programas de rádio e televisão são bons ou confiáveis. Existem? Sim, existem. E eles crescem em prestigio, crescem em popularidade, crescem em anunciantes e vão ter sucesso. Agora, os que teimam o tempo todo em trabalhar para derrubar o governo pra dizer que nós estamos produzindo material de ódio: O que é ódio? O que é material de ódio?”, indagou.
Bolsonaro ainda acrescentou: “Me apresentem um texto que tenha saído no Facebook meu, no Instagram, outra mídia social qualquer batendo no Legislativo, no Judiciário, seja onde for, o que for. Não existe isso. É lamentável o que vem acontecendo”.
De acordo com a empresa de Mark Zuckerberg, as contas estavam envolvidas na criação de perfis falsos e com “comportamento inautêntico”. Segundo o Facebook, essa definição se refere a quando um grupo de páginas e pessoas ajudam de forma conjunta para enganar outros usuários sobre quem são ou o que estão fazendo.
“A atividade incluiu a criação de pessoas fictícias fingindo ser repórteres, publicação de conteúdo e gerenciamento de páginas fingindo ser veículos de notícias”, disse o Facebook em comunicado.
Uma investigação conduzida pelo laboratório Forense Digital do Atlantic Council, dos Estados Unidos, que tem parceria com o Facebook, apontou Tércio Arnaud Tomaz, assessor especial do presidente Bolsonaro, como integrante do esquema de compartilhamento de notícias falsas.
Segundo as investigações, ele teria organizado ataques, por exemplo, aos ex-ministros do governo Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta. Tércio tem um gabinete próprio no Palácio do Planalto.
Além do assessor especial, o levantamento aponta cinco assessores de parlamentares bolsonaristas como integrantes do mesmo esquema, entre eles auxiliares do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República e voz influente na condução do governo.