Bolsonaro ironiza Doria: “Duas Coronavac e foi reinfectado?”
Presidente também criticou as medidas adotadas pelo governador de São Paulo para barrar a disseminação do novo coronavírus
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, nesta terça-feira (20/7), alfinetou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O momento foi gravado e divulgado por um canal simpatizante do governo federal.
Bolsonaro citava medidas adotadas por gestores estaduais para barrar o novo coronavírus, quando citou Doria: “Olha o governante de São Paulo, vive aí ditando regras de cumprimentar com o cotovelinho, máscara, talquinho Pompom no bumbum”, debochou o mandatário da República. “Duas Coronavac e foi reinfectado”, completou.
A ironia do chefe do Executivo nacional foi feita porque, mesmo tendo tomado, no dia 4 de junho, a segunda dose da vacina contra a Covid-19, o governador testou positivo para a doença pela segunda vez, em 15 de julho. Nenhum imunizante, contudo, impede de contrair a doença, mas previne as chances de agravamento.
Ao anunciar que tinha testado positivo pela segunda vez, o governador afirmou que o caso dele servia de alerta para que todos que já foram imunizados seguissem respeitando os protocolos. “Pois todos estão suscetíveis a serem infectados e transmitir o vírus, mesmo vacinados. Não importa a vacina – ela evita o agravamento da doença, não a infecção.”
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já reiterou a eficácia do imunizante produzido pelo Instituto Butantan, em parceria com a Sinovac, contra a doença. O secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, também já havia anunciado que a taxa de eficácia da vacina estava entre 50% e 90%.
Publicado no início do mês de julho, em um dos mais conceituados periódicos da medicina no mundo, o New England Journal of Medicine, um estudo chileno comprovou que, entre aqueles que foram imunizados com as duas doses da Coronavac, a eficácia da vacina é de 65,9% para a prevenção da Covid-19, de 87,5% para a hospitalização, de 90,3% para internações em unidades de terapia intensiva (UTIs), e de 86,3% para a prevenção de morte causada pelo vírus.