Bolsonaro insinua envolvimento de dinheiro em divulgação de diálogos
Presidente voltou a defender o ministro Sergio Moro e disse que atuação de hackers tem o objetivo de atingir a Lava Jato
atualizado
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Ao deixar o Palácio da Alvorada, nesta manhã de segunda-feira (29/07/2019), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que os jornalistas são livres para desenvolver o trabalho e, inclusive preservar o sigilo da fonte, desde que não tenha uma “origem criminosa”. “Preservar um crime? Quando se quebra sigilo das pessoas sem autorização judicial, isso é crime ou não é?”, indagou.
O chefe do Executivo disse acreditar que o jornalista Glenn Greenwald, diretor do site The Intercept Brasil,
cometeu um crime e insinuou que a publicação de reportagens com diálogos vazados do ministro Sergio Moro e de procuradores da força-tarefa da Lava envolveu transações em dinheiro.
“Eu estou achando que, no meu entender, ele cometeu um crime porque em outro país ele estaria já numa outra situação. Espero que a Polícia Federal chegue, ligue realmente todos os pontos. No meu entender isso teve transações pecuniárias. E pelo que tudo indica a intenção é sempre atingir a Lava Jato, atingir o Sergio
Moro, a minha pessoa, tentar e desqualificar e desgastar. Invasão de telefone é crime,
ponto final”, disse o presidente em entrevista na porta do Palácio do Alvorada.
Na última terça-feira (23/07/2019). um grupo foi preso suspeito de hackear o telefone de diversas autoridades, entre elas o presidente Bolsonaro e o ministro Sergio Moro. Em depoimento à Polícia Federal, um dos integrantes, conhecido como Walter Vemelho, confessou ter invadido os aparelhos.
De acordo com informações fornecidas à polícia, Vermelho procurou a ex-deputada Manuela D’Ávila para pedir o contato telefônico do jornalista e diretor do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, e repassar as informações obtidas das autoridades.
O site tem publicado em parceria com outros veículos uma série de reportagens que mostram uma suposta interferência de Sergio Moro na condução dos trabalhos da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Até o momento, no entanto, não há nenhuma prova que ligue o jornalista ao grupo suspeito de hackear os telefones. Greenwald informou que recebeu o material de uma fonte anônima e não está envolvido com o grupo.