Bolsonaro gastou R$ 8,7 mi com agentes da Abin, 550% a mais do que Dilma
Segundo levantamento do jornal O Globo, o valor é 51,5% maior do que o mesmo período do mandato de Michel Temer (MDB)
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) gastou R$ 8,7 milhões com diárias e passagens de integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nos primeiros 18 meses de governo. O valor é 51,5% maior do que o mesmo período do mandato de Michel Temer (MDB) e 550% do que no segundo exercício de Dilma Rouseff (PT).
Os dados foram levantados pelo jornal O Globo, obtidos pelo Portal da Transparência do governo federal. Os gastos da Abin são sigilosos e por isso não é possível saber quem recebeu os recursos públicos e quais empresas foram contratadas para os serviços oficiais de inteligência.
No governo de Temer, foram gastos R$ 5,7 milhões com as passagens e diárias, enquanto no segundo mandato de Dilma o desembolso foi de R$ 1,3 milhão no mesmo período. Já com Bolsonaro à frente do Brasil, em um ano e meio foram pagos R$ 4,2 milhões somente com diárias. Entre passagens e locomoção, outros R$ 4,5 milhões foram usados.
De acordo com o relatório, outros gastos do governo Bolsonaro com inteligência incluem R$ 1,3 milhão para consultoria e R$ 26,6 milhões para serviços de tecnologia da informação e comunicação.
Também foram dirigidas mais verbas com a segurança do presidente em relação a gestões passadas. As diárias para servidores civis e militares que fizeram a segurança presidencial, além das passagens aéreas, custaram R$ 13,1 milhões, um aumento de 100% em relação a Temer (R$ 6,5 milhões) e de 35% em relação a Dilma (R$ 9,7 milhões).
O jornal O Globo questionou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) — que comanda a segurança de Bolsonaro — sobre todos os gastos compilados. “Além dos montantes existentes no Portal da Transparência, por questões de segurança, o GSI não se manifesta sobre detalhamentos de passagens, diárias e número de servidores participantes em atividades executadas”, disse, a pasta. “O GSI cumpre, na íntegra, suas competências legais e zela pela correta aplicação dos recursos públicos”, concluiu.