Bolsonaro fez coronavírus virar “arma de destruição em massa”, afirma Lula
O ex-presidente também defendeu a abolição do teto de gastos e se colocou “à disposição” do povo brasileiro, insinuando candidatura em 2022
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) decidiu fazer um “pronunciamento” ao país neste 7 de setembro, Dia da Independência, no qual atacou o que chamou de “escalada autoritária” que seria patrocinada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pregou o fim do teto de gastos e se colocou “à disposição do povo brasileiro”, praticamente se lançando candidato.
Lula fez críticas à elite brasileira, que, em sua opinião, naturalizou o “passado aterrador” de Bolsonaro, sua apologia à tortura, os elogios a ditadores e ainda sua “apologia pública ao estupro”. Sobrou crítica até para a falta do hoje presidente aos debates na campanha eleitoral de 2018.
“O Brasil está vivendo um dos piores períodos de sua história”, disse Lula, em uma mensagem em vídeo postada em suas redes sociais neste feriado. “Teria sido possível, sim, evitar tantas mortes”, diz o petista em relação ao coronavírus, que já matou mais de 126 mil brasileiros.
“Estamos entregues a um governo que não dá valor à vida e banaliza a morte. Um governo insensível, irresponsável e incompetente, que desrespeitou as normas da Organização Mundial de Saúde e converteu o coronavírus em uma arma de destruição em massa”, discursa o ex-presidente petista, em mensagem pré-gravada, com trilha sonora triste ao fundo.
No vídeo, de quase 24 minutos, Lula adotou um tom de candidato, embora, para que realmente possa pensar em concorrer, ele tenha que se livrar das acusações contra ele na Operação Lava Jato.
“O essencial hoje é vencer a pandemia, defender a vida e a saúde do povo. É pôr fim a esse desgoverno e acabar com o teto de gastos que deixa o Estado brasileiro de joelhos diante do capital financeiro nacional e internacional”, afirmou. E terminou por se colocar “à disposição do povo brasileiro”:
“Nessa empreitada árdua, mas essencial, eu me coloco à disposição do povo brasileiro, especialmente dos trabalhadores e dos excluídos. (…) E dizer, do fundo do meu coração: estou aqui. Vamos juntos reconstruir o Brasil. Ainda temos um longo caminho a percorrer juntos. Fiquem firmes, porque juntos nós somos fortes. Viveremos e venceremos”, disse o ex-presidente.