Bolsonaro fala sobre economia argentina: “Está ladeira abaixo”
Chefe do Palácio do Planalto afirmou que as medidas implementadas pelo presidente Alberto Fernández prejudicaram a situação do país vizinho
atualizado
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A Argentina, terceiro maior parceiro comercial do Brasil, voltou a ser alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Nesta quinta-feira (14/10), o chefe do Palácio do Planalto afirmou que as medidas implementadas pelo presidente Alberto Fernández prejudicaram a economia do país vizinho.
“O povo tem que se informar do que está acontecendo para fazer a crítica. Caso contrário, faz igual fizeram na Argentina. Na Argentina, criticaram por criticar o governo Macri. Quem voltou? Voltou a turma do Foro de São Paulo”, afirmou o chefe do Executivo, em entrevista à Rádio Novas de Paz, de Recife (PE).
“A Argentina está de ladeira abaixo. A notícia de ontem é que eles congelaram mais de mil produtos básicos por três meses. Nós sabemos o que acontece com a política de congelamento. Num primeiro momento, é muito bom, o povo aplaude. ‘Opa, a carne voltou a R$ 20 o quilo, legal’. Só que depois, poucos meses depois, a carne continua R$ 20, mas não tem o que comprar mais”, continuou.
Para Bolsonaro, a Argentina é um motivo de tormento para os brasileiros, assim como a Venezuela. “É mais um país que estamos cada vez mais preocupados. A Argentina, estando bem, ajuda o Brasil”, ponderou.
Rixa
A Argentina é comandada pelo presidente Alberto Fernández. Eleito em 2019, ele é um dos líderes da coalização progressista Frente de Todos, que reúne setores do peronismo e do kirchnerismo, e inclui partidos de centro-esquerda e de esquerda.
Em outubro de 2019, o peronista derrotou a chapa do então mandatário argentino, Mauricio Macri, que era mais próximo de Bolsonaro. Com a volta da esquerda ao comando do país vizinho, o chefe do Executivo brasileiro lamentou. “A Argentina escolheu mal. Primeiro, foi o tal do Lula Livre, dizendo que ele [Lula] está preso injustamente. Ou seja, disse a que veio”, comentou.
Desde a vitória, Fernández e Bolsonaro caminham em lados opostos. A rivalidade fez com que o presidente brasileiro se recusasse a ir à posse do mandatário argentino, em dezembro de 2019.
A Argentina vive uma profunda crise econômica, que aumentou a pobreza e a desvalorização da moeda local. A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, acentuou os problemas. Além disso, o governo sofre com incertezas sobre as tentativas de reequilíbrio das contas públicas.