Bolsonaro fala em “problema sério” com indicado ao STF
Advogado André Mendonça foi indicado há três meses, mas Senado segura votação por resistências ao nome
atualizado
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Em evento em Campinas (SP), na tarde desta sexta-feira (8/10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou um “problema sério” com a indicação feita por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro da Advocacia-Geral da União André Mendonça foi indicado ao STF em 13 de julho e ainda aguarda que seu nome seja analisado pelo Senado Federal. Já são quase três meses de espera.
Bolsonaro falava nas dificuldades que teve para se eleger, sem apoios de grandes partidos políticos, quando disse que é ainda mais difícil se manter no poder.
“É o tempo todo desgaste, uma CPI que é um circo, tentam nos acusar do que nós não fizemos. Não gastei um centavo com a vacina Covaxin, como é que posso ser corrupto? Onde vai acabar isso? Quem perde com isso? Esses desacertos, desencontros, essas críticas vazias, como temos um problema sério pela frente, que indiquei um excepcional jurista, que é evangélico também, para o Supremo, e tem corrente que não quer lá, quer impor, e chega recado: ‘A gente resolve CPI, a gente resolve tudo, me dê a vaga do Supremo’. Isso sempre houve, nós começamos a mudar.”
Essa é a segunda indicação feita por Bolsonaro para a Corte. Na primeira, em 2020, ele indicou o desembargador Kassio Nunes Marques, cujo nome foi aprovado sem grandes dificuldades.
Ainda no discurso desta sexta, ele lembrou que o candidato que vencer as eleições de 2022 vai indicar mais dois ministros ao Supremo. “Quem se eleger em 22, em 23, indica mais dois para o Supremo Tribunal Federal”, frisou. “As coisas mudam, muda o ministro, muda deputados, muda senadores, muda presidentes, é a rotatividade, é a renovação.”
Tramitação no Senado
O primeiro passo da análise da indicação de André Mendonça é a sabatina pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa Alta, que ainda não foi marcada. A indicação tem sido segurada pelo presidente do colegiado, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Depois de sabatinado pela CCJ, Mendonça precisa reunir os votos favoráveis de 41 dos 81 senadores em plenário.
Entre os 10 atuais ministros do STF, nenhum esperou tanto tempo quanto ele para ser aprovado pelo Senado.