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Bolsonaro fala em federalizar Fernando de Noronha: “Ilha de amigos do rei”

O presidente criticou as taxas cobradas para ingresso no arquipélago pelo estado de Pernambuco: “E o rei não sou eu”

atualizado

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Fernando de Noronha
1 de 1 Fernando de Noronha - Foto: Getty Images

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (5/10) que quer federalizar o arquipélago de Fernando de Noronha.

“Eu sugeri a gente federalizar Fernando de Noronha, que parece que virou ali uma ilha de amigos, não quero falar o nome aqui pra não ter problema, do rei. E o rei não sou eu”, disse o presidente, que criticou a cobrança de taxas para ingresso na ilha. “É um absurdo você ir para uma praia de Fernando de Noronha [e ter que] pagar R$ 100. É meio lobo-guará, pô. Em dois dias, é um lobo-guará pra ir na praia. É um absurdo isso aí, é inacreditável. Isso aí tem que mudar, pô”, disse o presidente durante uma transmissão ao vivo, no Palácio da Alvorada.

“Vamos tentar, se for possível, a gente federalizar Fernando de Noronha. Acabar com estas questões. Não pode parar navio lá. Uma série de coisas. Fazer realmente um polo turístico”, disse o presidente.

“Ouvi dizer que há tempão não pode parar navio lá. Poderia ser um local de arranjar recursos para o Brasil vindo de fora, do turismo. Dar condições de vida melhor para a população. É muita coisa errada no Brasil, que a gente vai arrumando devagar, vai buscando solução pra isso. Não pode aquela ilha ter dono”, destacou.

Bolsonaro se referia às taxas cobradas pela administração da ilha, pertencente ao estado de Pernambuco, para entrada no local.

“Lá agora tem geração de energia termoelétrica e os caras vão lá e carregam um carro com energia elétrica pra andar na ilha. Sem comentário. É muito menos poluente andar com o carro diretamente movido a diesel ou gasolina do que você ir na termoelétrica recarregar bateria de carro. Isso são absurdos que têm que mudar”, observou o presidente.

Flávio Bolsonaro

Na semana passada, após reportagem do Metrópoles, o filho “01” do presidente, o senador Flávio Bolsonaro” (Republicanos-RJ), disse que devolveria o dinheiro da passagem paga pelo Senado da viagem que fez à ilha para passar o feriado de Finados. Segundo a assessoria do senador, houve um “equívoco” da equipe do gabinete ao apresentar os bilhetes para serem pagos pelo Senado da viagem do senador, com a mulher, Fernanda Antunes.

A ilha foi palco de duas viagens neste ano de Flávio Bolsonaro, com a mulher. Também recebeu visitas do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que chegou a esticar compromissos oficiais para passar o fim de semana. Outra viagem do grupo ocorreu entre 28 de fevereiro e 2 de março, também no fim de semana, quando Flávio e a esposa desembarcaram na ilha.

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Fernanda recebeu R$ 20 mil em depósitos de "origem desconhecida"
Flávio Bolsonaro, a esposa, Fernanda, o ministro Ricardo Salles e o presidente da Embratur, Gilson Machado, chegam a Fernando de Noronha, em 28 de fevereiro de 2020
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Flávio Bolsonaro e a mulher, Fernanda, em Fernando de Noronha

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Fernanda recebeu R$ 20 mil em depósitos de "origem desconhecida"

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Flávio Bolsonaro, a esposa, Fernanda, o ministro Ricardo Salles e o presidente da Embratur, Gilson Machado, chegam a Fernando de Noronha, em 28 de fevereiro de 2020

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Ao lado do secretário especial da Pesca, Jorge Seif, o presidente defendeu a liberação da pesca da sardinha no arquipélago, medida que fez parte da agenda de Salles na semana passada. A liberação tem alto impacto ambiental e vem sendo criticada por ambientalistas, chamados pelo presidente de “xiitas”.

“Em Fernando de Noronha, 30 barcos? E a sardinha tinha que vir do continente pra lá? Não pode pescar?”, questionou o presidente.

“Você mora numa ilha e tem que importar peixe. É o fim da picada. Isso é aqueles ambientalistas xiitas”, disse Bolsonaro.

Bolsonaro disse ainda que mandou o ministro Ricardo Salles remanejar parte dos funcionários do Instituto Chico Mendes, responsável pelo desenvolvimento de projetos para a preservação ambiental.

“Se eu não me engano tinham lá 40 servidores do ICMBio. Falei para o Ricardo Salles para dar uma remanejada, né? O que eu sei é que precisa, tudo bem, mas, 40 em Fernando de Noronha é um número um pouquinho grande, né? Mas tudo bem”, disse Bolsonaro.

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