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Bolsonaro exalta cloroquina (de novo): “Não consegui impor ao Mandetta”

Presidente levou uma caixa do medicamento à cerimônia de posse do ministro da Saúde. Ele defendeu que médico deve receitar remédio

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1 de 1 TCU posse ministro pazuello saude 3 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender nesta quarta-feira (16/9) a cloroquina e a hidroxicloroquina como remédios no tratamento contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus. Apesar da insistência do chefe do Executivo, o medicamento não tem comprovação científica comprovada contra a doença.

A nova exaltação do presidente à substância ocorreu durante cerimônia de posse do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.

Em sua fala, Bolsonaro disse que tentou “impor” e “propor” ao então ministro Luiz Henrique Mandetta, a mudança no protocolo da hidroxicloroquina, para permitir que o remédio fosse ministrado a pacientes com casos leves da Covid-19.

“Particularmente, comecei a defender a hidroxicloroquina, calcado também nas experiências de médicos pelo Brasil que apostavam nela e tinham uma resposta através de sua observação. Não consegui impor ou propor a sugestão ao então ministro da Saúde [Luiz Henrique Mandetta] de retirar do protocolo do tratamento com a hidroxicloroquina deveria ser ministrado apenas quando o paciente estivesse em estado grave”, disse o presidente.

“Nada mais justo, nada mais sagrado e nada mais legal que um médico, na ponta da linha, decidir o que vai aplicar em seu paciente na ausência de um remédio com comprovação cientifica. A responsabilidade é do médico, como é do militar, muitas vezes, decidir de vai atacar ou recuar na frente de combate”, completou, sendo aplaudido pelos convidados presentes.

“Doutor Bolsonaro”

Ainda durante a cerimônia, Bolsonaro se referiu a si mesmo como “doutor Bolsonaro” ao se dirigir ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM -AP) que, assim como o chefe do Executivo, também foi infectado pelo vírus.

“Prezado Davi, como o senhor não procurou o doutor Bolsonaro, você não tomou a cloroquina. Mas, com toda a certeza, você ficou preocupado com o vírus, né?”, disse.

“Cloroquina poderia ter salvo vidas”

Não é a primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro sai em defesa do medicamento sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus.

No início do mês, durante uma audiência com médicos que defendem a substância, Bolsonaro disse, sem apresentar dados, que a hidroxicloroquina poderia ter evitado 30% das mortes acumuladas em decorrência da Covid-19.

De acordo com o boletim das secretarias de Saúde estaduais, o Brasil acumula 134.106 óbitos e 4,4 milhões de casos confirmados do novo coronavírus.

A “tese” foi ressaltada por Bolsonaro nesta quarta. “Eu aceito mesmo não sendo médico qualquer crítica, mas por parte das pessoas que possam apresentar uma alternativa. Hoje, estudos já demonstram que por volta de 30% das mortes poderiam ser evitadas, caso, de forma precoce, fosse ministrada a hidroxicloroquina.”

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Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro
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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente da República, Jair Bolsonaro.

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Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello

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Posse do Ministro Pazuello

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