Bolsonaro esclarece troca de mensagens suspeitas com o filho Eduardo
Deputado afirma que “passava um sermão” porque Eduardo teria dito que compraria um fuzil para o pai e faltado à eleição na Câmara
atualizado
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O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) esclareceu nesta quinta-feira (9/2) a conversa suspeita que teve com um dos filhos, o também parlamentar Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), por celular. Imagens do bate-papo via WhatsApp, feitas durante a eleição para a presidência da Câmara, na quinta-feira passada (2), foram publicadas no Twitter pelo fotógrafo brasiliense Lula Marques.
Bolsonaro se recusou a comentar todo o conteúdo da conversa, como a menção ao outro filho, Renan. Ele se limitou a dizer que “passava um sermão” no “garoto”. “Naquele dia havia eleições na Câmara, ele faltou e eu o questionei. Ele estava na Austrália. Então, falei ‘continue comprando besteiras por aí que eu não vou te visitar na Papuda'”, narra, em vídeo publicado nas redes sociais.
O deputado acrescenta que, anteriormente, quando estava nos Estados Unidos, Eduardo disse que compraria um fuzil para o pai. “É lógico que ele não é maluco para comprar, nem eu de receber algo parecido. Como eu entraria com um fuzil no Brasil?”, explicou.Jair Bolsonaro classificou a captura e divulgação das imagens como invasão de privacidade. “Eu estava em uma conversa com meu filho. Não compete a ninguém questionar o linguajar. Levaram para um lado como se ele (Eduardo) estivesse em um paraíso fiscal ou traficando alguma coisa. Aí é demais”, finalizou.
Eduardo, por sua vez, afirmou que cometeu um “vacilo” ao ter se “confundido” e, por isso, perdido a votação na Câmara. “Faz-se um carnaval como se eu estivesse correndo risco de ir para a Papuda. Toda oportunidade que tiverem para nos denegrir, vão usá-la”, comentou.
Mais cedo, Jair Bolsonaro afirmou que vai processar Lula Marques pela captura e pela divulgação das fotos. O fotógrafo ficou bloqueado no Twitter por 24 horas, por causa da publicação.
Bate-papo
Na conversa, o pai critica a ausência de Eduardo na sessão e diz: “Não vou te visitar na Papuda”, numa referência à penitenciária do Distrito Federal. Bolsonaro, que concorria à presidência da Câmara, teve apenas quatro votos. Ele teria se irritado, pois não recebeu nem mesmo o voto do filho, e enviado uma mensagem dando uma bronca no herdeiro e o colocando sob suspeição.
A troca de mensagens aponta que Eduardo estaria envolvido em algum ato ilícito ou suspeito: “Se a imprensa te descobrir aí, e o que está fazendo, vão comer seu fígado e o meu. Retorne imediatamente”.