Bolsonaro entra com impeachment quando é contrariado, alfineta Aziz
Após decisão liminar desfavorável ao colegiado, o presidente da CPI da Covid-19 aproveitou para provocar o presidente Jair Bolsonaro
atualizado
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O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), comentou a decisão liminar do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu a Ivanildo Gonçalves Dias faltar ao depoimento desta terça-feira (31/8) e aproveitou para alfinetar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O motoboy teria sacado valores milionários para a VTCLog.
“Somos diferente do presidente Bolsonaro, que quando é contrariado entra com impeachment contra ministros. Nós respeitamos as decisões e não vamos entrar com nenhum pedido de impeachment contra ministro por decisões contrárias”, provocou o senador, referindo-se ao pedido de impeachment pautado pelo presidente da República contra o ministro Alexandre de Moraes.
“Respeitamos todas as decisões que o Supremo ou qualquer instância tem tomado em relação à CPI, mas temos o direito de recorrer”, enfatizou.
Aziz criticou também a ausência da diretora-presidente da VTCLog, Andréia Lima, para depor à comissão. A convocação dela foi feita após a decisão de Nunes Marques. O senador afirma que teria sido procurado pela representante da empresa em seu gabinete e que se colocou à disposição para prestar esclarecimentos.
Como retaliação ao não comparecimento de pessoas ligadas à companhia, o presidente do colegiado afirmou que as investigações vão se aprofundar, ainda mais, nos contratos firmados entre a empresa e o Ministério da Saúde. A VTCLog é a responsável por gerir os serviços de logística da pasta.
“[Andréia Lima] me procurou no meu gabinete pra vir aqui. Quero dizer que, agora, a CPI irá focar no depoimento de todas as pessoas da VTCLog. Iremos a fundo na VTCLog”, disse o senador na abertura da sessão.
Notificação
Mais cedo, Andréia Lima notificou que não compareceria, nesta terça, à CPI da Covid-19, alegando ter compromisso em São Paulo. A comissão ainda não marcou uma nova data para depoimento da investigada.
A diretora-presidente da empresa investigada disse estar “à disposição para contribuir com os trabalhos da CPI, mas devido à agenda prévia de viagem relacionada a logística de distribuição das vacinas” não pode comparecer.
Segundo ela, a convocação foi feita após as 22h dessa segunda-feira (30/8), “às vésperas de tarefas inadiáveis que exigem a sua presença na capital paulista”.
A diretora-presidente da VTCLog disse que, entre outros compromissos em São Paulo, vai gerenciar todos os lotes recém-chegados de vacinas e, impreterivelmente nesta terça-feira, definir sobre a contratação de tecnologia para transporte da Pfizer a -70°C dentro dos prazos e necessidades do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.