Bolsonaro encontra ex-jogador cuja ONG recebeu R$ 41 mi do governo
Encontro do presidente com Léo Moura ocorreu no Aeroporto Internacional de Macapá na sexta-feira (14/1)
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) encontrou, na última sexta-feira (14/1), o ex-jogador de futebol Léo Moura.
No domingo (9/1), o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Organização Não Governamental (ONG) que leva o nome do atleta recebeu R$ 41,6 milhões do governo federal nos últimos dois anos. O Instituto Léo Moura promove treinamento de futebol para crianças e adolescentes.
O valor é o maior repassado pela Secretaria Especial do Esporte do Governo Federal a uma instituição esportiva em 2020 e 2021, mesmo quando se fala de confederações olímpicas, que receberam menos do que a ONG do jogador.
Um exemplo é a Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), que recebeu R$ 27,5 milhões, R$ 14 milhões a menos do que destinado para o instituto de Léo Moura.
O encontro do mandatário com o ex-craque do Flamengo e do Grêmio ocorreu no Aeroporto Internacional de Macapá, onde Bolsonaro cumpriu agenda nessa sexta. Registros foram divulgados neste sábado (15/1) pelo Instagram do chefe de gabinete de Bolsonaro, Célio Faria Júnior.
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Mais de um terço (36,5%) do valor foi enviado via orçamento secreto, prática usada pelo presidente Jair Bolsonaro para destinar bilhões de reais de dinheiro público a um grupo de parlamentares sem critérios claros, em troca de apoio no Congresso.
O Ministério da Cidadania, ao qual a Secretaria Especial do Esporte está vinculada, diz que os recursos foram indicações de parlamentares, com execução obrigatória, ou seja, sem que o governo pudesse escolher para quem enviar.
Segundo reportagem do Estadão, os padrinhos do pagamento à ONG de Léo Moura, que é apoiador do presidente da República, são, principalmente, o deputado bolsonarista Luiz Lima (PSL-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado.
A principal ação do instituto de Léo Moura é um projeto de escolinhas de futebol chamado Passaporte para Vitória, que atende, segundo a entidade, 6,6 mil jovens de 5 a 15 anos no Rio e no Amapá.