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Bolsonaro encara ambiente hostil no PSL

Falta de articulação fez com que o pré-candidato tivesse eventos esvaziados nos primeiros eventos depois da filiação à sigla

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Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Na foto o deputado Jair Bolsonaro Brasília – DF 17/04/2016
1 de 1 Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Na foto o deputado Jair Bolsonaro Brasília – DF 17/04/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A exemplo do que aconteceu quando tentou se filiar ao PEN/Patriota, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) tem enfrentado resistências internas depois de ingressar no PSL, sigla nanica, agora alçada à categoria de aspirante ao Palácio do Planalto.

As desavenças entre integrantes do PSL e o grupo do deputado ficaram evidentes durante o giro de Bolsonaro por quatro cidades do sul de Minas na quinta-feira passada, apenas um dia depois de o pré-candidato formalizar sua filiação ao partido.

Nem a saída do grupo Livres, que debandou por discordar da chegada de Bolsonaro, foi capaz de pacificar o PSL. Em ao menos 10 Estados, a disputa entre bolsonaristas e ex-dirigentes impede a organização das direções locais. Os ex-dirigentes ameaçam ir à Justiça alegando que a entrega da legenda a Bolsonaro fere o estatuto partidário.

A falta de articulação fez com que o pré-candidato tivesse eventos esvaziados, com público muito aquém do esperado, nos primeiros eventos depois da filiação. Ameaças de novas debandadas, disputas territoriais entre candidatos e até crises de ciúmes entre católicos e evangélicos que apoiam o deputado vieram à tona na primeira semana de Bolsonaro na casa nova.

“Eu estava apoiando a candidatura dele, fazendo um trabalho no Estado, mas ele veio atropelando todos nós. Estamos avaliando a questão do ponto de vista jurídico”, afirmou o ex-presidente do PSL em Minas Carlos Alberto Pereira, que integra a executiva nacional do partido.

Ele disse que os dirigentes da legenda foram surpreendidos no dia 1.º de fevereiro com a notícia de que deveriam renunciar para que o grupo de Bolsonaro assumisse a legenda sem que a decisão tivesse sido discutida nas instâncias partidárias. “Não fizeram reunião. Não conversaram com ninguém. Já chegaram com a chapa pronta e tentando colocar os filhos a qualquer custo. É um projeto aberto à população ou de família? É para o país ou pessoal?”, criticou.

O presidente do PSL, Luciano Bivar, admitiu que há “algumas questões” a serem resolvidas em Minas. “Existem acomodações locais que precisam ser feitas, mas é normal. Todo partido passa por isso. Tenho certeza de que tudo será resolvido.”

No entanto, o próprio Bolsonaro, em mensagem de áudio enviada a uma apoiadora católica descontente com o protagonismo de pastores evangélicos no giro por Minas, disse que o PSL está com dificuldades para formar as direções em 10 Estados e em “centenas de cidades”.

 

Discurso sobre segurança reforçado
Bolsonaro tem reagido à incursão de adversários no tema da segurança pública. Entre as iniciativas, está a tentativa de ao menos três deles de se aproximar de setores militares. A estratégia adotada pelo deputado foi a de reforçar o discurso sobre tema.

Na primeira semana de março, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) e o senador Álvaro Dias (Podemos) buscaram se aproximar das Forças Armadas, das polícias e dos corpos de bombeiros.

Com os adversários no retrovisor, Bolsonaro deixou, por ora, assuntos voltados à classe média, como crescimento econômico, educação e tecnologia, que predominaram em seus pronunciamentos e entrevistas no mês passado. Na semana passada, ao oficializar sua filiação ao PSL, voltou a falar do assunto e aproveitou para atacar os adversários, como Alckmin.

“A segurança dele (Alckmin) é a vaselina. Ele falou em criar um Ministério da Segurança Pública, como o do Michel Temer. Quando a Câmara não quer resolver um problema, cria uma comissão. E quando o governo não quer resolver, cria um ministério”, disse, ao refutar comparações de seu plano de governo com o do tucano.

Os pré-candidatos miram em 1,4 milhão de famílias de agentes ativos e aposentados das Forças Armadas, das Polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar e Corpo de Bombeiros, que, segundo associações das classes, compõem o eleitorado militar.

“Time”
Bolsonaro, que costuma visitar unidades, minimiza a importância da tentativa de adversários de se aproximarem de setores militares. “Meu time está entrando em campo despreocupado com adversários”, disse o deputado ao Estado.

Nos últimos anos, o pré-candidato visitou especialmente associações de oficiais das polícias militares. “Eu não vou negar que sou militar, que venho dessa área”, ironizou. “Quando entro nessas unidades não é para fazer campanha. Vou porque sou convidado.”

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