Bolsonaro e vice-premiê italiano celebram decisão sobre Battisti
Presidente eleito chamou Battisti de assassino terrorista e alegou que ele era protegido por brasileiros que compartilham de ideais iguais
atualizado
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O presidente eleito Jair Bolsonaro e o vice-premiê italiano, Matteo Salvini, comemoraram no Twitter a prisão e possível deportação do ativista italiano Cesare Battisti. O ministro do STF, Luiz Fux, revogou liminar dada por ele mesmo em outubro de 2017, que impedia extradição e determinou nesta quinta-feira (13/12) a prisão de Battisti para que ele possa ser extraditado para a Itália.
Salvini publicou em sua conta uma reportagem de um veículo italiano sobre o assunto. O texto faz referência direta ao futuro presidente brasileiro. “Farei grande mérito ao presidente @jairbolsonaro se ele ajudar a Itália a ter justiça, “dando a Battisti um futuro na terra natal”.
Un ergastolano che si gode la vita, sulle spiagge del Brasile, alla faccia delle vittime, mi fa imbestialire!
Renderò grande merito al presidente @jairbolsonaro se aiuterà l’Italia ad avere giustizia, “regalando” a Battisti un futuro nelle patrie galere. https://t.co/jAz3tuq7Xd— Matteo Salvini (@matteosalvinimi) 14 de dezembro de 2018
Bolsonaro respondeu em tom cordial com duas postagens na rede social, uma em italiano e outra em português, onde deixava claro seu posicionamento em relação a Battisti. O futuro presidente chamou Battisti de assassino terrorista e alegou que ele era protegido por brasileiros que compartilham de ideais iguais.
Obrigado pela consideração de sempre, Senhor Ministro do Interior da Itália. Que tudo seja normalizado brevemente no caso deste terrorista assassino defendido pelos companheiros de ideais brasileiros! Conte conosco!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 14 de dezembro de 2018
Na década de 1970, Battisti foi condenado pelo homicídio de quatro pessoas. O governo italiano pediu a extradição do ex-ativista em 2007 e em 2009 o STF julgou o pedido procedente. Porém, o então presidente Lula negou a extradição.
Em 2017 a Itália pediu ao governo Temer a revisão da decisão, e o ministro Luiz Fux concedeu uma liminar que garantia que Battisti não fosse expulso, extraditado ou deportado até um novo posicionamento do STF.
Na quinta, uma decisão do ministro Fux determinou a prisão de Battisti. Agora a decisão sobre a deportação do italiano estão nas mãos do atual presidente Temer, ou do futuro presidente, Jair Bolsonaro.