Bolsonaro diz que “vai pela palavra” do jurídico e assina documento sem ler
Presidente diz que faz “leitura diagonal” dos textos e que, às vezes, lê apenas a ementa
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (25/4) que assina documentos sem ler o conteúdo, confiando na avaliação feita pela Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ).
O chefe do Executivo já havia mencionado ler apenas as ementas dos textos que assina e tornou a declarar que lê os resumos dos papéis.
“A dinâmica do presidente da república é enorme, muitas vezes faço uma leitura diagonal do que estou assinando e, muitas vezes, apenas a ementa, e vou mais além ainda, por vezes entra apenas a palavra do SAJ [subchefe de assuntos jurídicos]. Não justifica uma assinatura minha que, lá na frente, eu possa me eximir da responsabilidade”, destacou o presidente.
Quando ocupava o mesmo cargo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), gerou polêmica ao falar frase semelhante. Ao mencionar documento que assinou decretando sigilo eterno a alguns documentos, ele disse não ter lido.
“Fiz sem tomar conhecimento. Foi no último dia do mandato, tinha uma pilha de documentos e eu só vi dois anos depois. O que é isso? Mandei reconstituir para saber o que era”, afirmou FHC em 2011 sobre o documento assinado em 2002.
No dia 28 de abril, Bolsonaro afirmou pela primeira vez que não lê tudo que assina. A declaração, feita na frente do Palácio da Alvorada, viralizou.
“Tem muita coisa que eu assino que eu leio a ementa apenas. Tem decreto que tem 20 páginas e às vezes tem um palmo de papel para assinar ali. E não é só ler, tem que interpretar também”, disse, à época.