Bolsonaro diz que vai dar a Zelensky solução para guerra na Ucrânia
Presidente afirmou que resolução do conflito é a mesma da guerra entre Argentina e Reino Unido nas Malvinas, em 1982
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (14/7), que a solução para o fim da guerra na Ucrânia passa pelo mesmo processo da Argentina na Guerra das Malvinas, em 1982. Ele afirmou que vai conversar sobre o assunto com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com quem tem telefonema agendado para a próxima segunda-feira (18/7).
O país europeu vive uma guerra após invasão pela Rússia no dia 24 de fevereiro. O combate dizimou cerca de 50 mil pessoas.
“Vou dar minha opinião a ele do que eu acho. Eu sei como seria a solução do caso. Mas não vou adiantar. A solução do caso… Como acabou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? É por aí. A gente lamenta. A verdade são coisas que doem, machucam, mas você tem que entender”, disse Bolsonaro em entrevista à CNN, em Imperatriz (MA), na manhã desta quinta.
Segundo Bolsonaro, foi Zelensky quem procurou o brasileiro: “Foi ele que buscou conversa conosco. E eu disse, de imediato, que conversaria com ele, sim. Ele tem um país grande para administrar. Tudo que foi acordado com o presidente Putin está sendo cumprido. Da minha parte e da parte dele. Vou conversar bastante com ele. É um liderança e vou dar minha opinião para ele”.
Em seguida, o mandatário brasileiro afirmou que a guerra tem causado “muito mais” transtorno para a Europa do que para o Brasil.
Relação com Zelensky
Alguns dias após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente Bolsonaro começou a ser cobrado para prestar solidariedade ao povo ucraniano e demonstrar apoio a Zelensky, assim como outros líderes mundiais fizeram à época.
Em uma coletiva de imprensa, após ser questionado sobre a aproximação com o líder do país, Bolsonaro retrucou: “O povo [ucraniano] confiou num comediante o destino de uma nação. Ele [Volodymyr Zelensky] tem que ter equilíbrio para tratar dessa situação aí”, disse.
Alguns dias depois, ele voltou a mencionar a pressão que vinha sofrendo para conversar com o presidente da Ucrânia. “Alguns querem que eu converse com Zelensky, o presidente da Ucrânia. Eu, no momento, não tenho o que conversar com ele. Eu lamento, se depender de mim não teremos guerra no mundo”, disse Bolsonaro, em entrevista à Rádio Jovem Pan.
Bolsonaro viajou a Moscou em fevereiro deste ano, poucos dias antes da invasão da Ucrânia pela Rússia. No Kremlin, ele foi recebido para uma reunião bilateral e um almoço de cerca de duas horas com Vladimir Putin.
Recentemente, no fim de junho, os dois líderes conversaram por telefone e trataram de negócios agrícolas e do fornecimento de fertilizantes.