Bolsonaro diz que teve pistola apreendida pela PF, mas arma foi devolvida
Operação realizada nesta quarta-feira (3/5), na casa do ex-presidente, apreendeu o celular e uma pistola de Bolsonaro
atualizado
Compartilhar notícia
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quarta-feira (3/5), que, além do celular, agentes da Polícia Federal (PF) apreenderam uma pistola sob sua posse durante a operação deflagrada nesta manhã, mas teve a arma devolvida. A investigação da PF apura um esquema de fraudes em cartões de vacinação, incluindo o do ex-presidente.
Foram efetuadas prisões de ex-assessores de Bolsonaro e cumpridas buscas na casa dele, em um condomínio em Brasília. O celular do ex-mandatário está sob posse da PF.
“Houve a apreensão de uma pistola minha”, iniciou Bolsonaro em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan. “Eu falei para o policial: olha, eu, quando cheguei ao Brasil, tinha dois carros blindados. O que eu apurei foi a maior indireta do atual presidente Lula em retirar o carro blindado de mim. Eu falei: eu não posso ficar dentro da minha casa desarmado. O condomínio não oferece a devida segurança”, continuou.
Ele, então, teria pedido aos policiais para seguir com a posse da arma. “Aproximadamente uma hora depois deixaram a minha pistola em casa”, concluiu Bolsonaro.
Após a operação em sua residência, Bolsonaro reafirmou que não tomou a vacina contra a Covid-19 e negou ter falsificado dados. “Não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina. Li a bula e não tomei. Minha filha de 12 anos não tomou. A Michelle [Bolsonaro] tomou nos EUA”, disse a jornalistas em frente à casa onde mora, em Brasília.
Como não existe mais a figura da condução coercitiva, Bolsonaro pode se recusar a prestar esclarecimentos. Nesse caso, a PF, se achar necessário, pode intimá-lo novamente.
Bolsonaro pontuou que a busca e apreensão na sua casa teve como alvo os cartões de vacina dele e da esposa. Segundo o ex-presidente, foram tiradas fotos do cartão de Michelle Bolsonaro. Ele confirmou que seu celular foi levado pelos investigadores, mas disse não temer o resultado das investigações, pois não tomou vacina e não há irregularidades ou informações que precisem ser escondidas.
O ex-presidente disse ainda que a operação foi deflagrada para “criar fato” contra ele.
Operação sobre fraude em cartões de vacina
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta a “Operação Venire”, cujo nome deriva do princípio “Venire contra factum proprium”, que significa “vir contra seus próprios atos”: “Ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos”. É um princípio-base do direito civil e do direito internacional que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa.
Segundo a PF, os suspeitos da fraude inseriram dados falsos de vacinas contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.
O objetivo foi emitir certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas e, dessa forma, permitir que elas pudessem viajar e acessar locais onde a imunização era obrigatória.
O tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e outros dois assessores do ex-presidente foram presos.