Bolsonaro diz que também quer acesso a conversas da Lava Jato
Segundo presidente, “autoridades” teriam comentado sobre sua vida financeira e da família. STF garantiu acesso ao material à defesa de Lula
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta sexta-feira (12/2), que está entre os citados nas mensagens vazadas da Lava Jato (entenda abaixo) e que, por isso, a exemplo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também que ter acesso ao material.
Em conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo disse que vai divulgar trechos das conversas em que seu nome foi citado.
“Para que não haja dúvida, mandei pedir aquela matéria hackeada que está na mão do PT, na mão do Lula. Tem meu nome lá. Alguma coisa já passaram para mim. Vocês vão cair para trás. Chegando, eu vou divulgar. O Lula não vai divulgar. Já falou que não vai. Eu vou divulgar”, declarou.
Bolsonaro disse que “autoridades” teriam comentado nas mensagens sobre como “entrar na vida financeira” dele e da sua família.
“Você vê a perseguição ali, conversa de autoridades, falando como é que entravam na minha vida financeira e da minha família. Você pode entrar, mas tem que ter uma ordem judicial”, disse.
“Eu já tenho alguma coisa que tem chegado para mim, agora vou conseguir… Espero que o Supremo me dê. Deu para o Lula”, prosseguiu o presidente.
Entenda
Na semana passada, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da ação que tramita na Corte na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve acesso a mensagens da Operação Spoofing, deflagrada após suspeitos terem invadido o celular de Moro e de integrantes da força-tarefa em Curitiba.
Na terça-feira (9/2), a Segunda Turma da Corte garantiu que o petista tenha acesso ao material após procuradores que integraram a força-tarefa no Paraná protocolarem um recurso no STF contra a permissão de acesso do ex-presidente a mensagens apreendidas.
A defesa de Lula tem a intenção de usar o material para anular processos aos quais o petista responde na Justiça, a exemplo das condenações no caso do triplex do Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia (SP). O argumento dos advogados é que houve perseguição da Lava Jato.
Em 2019, parte das mensagens foi entregue ao site The Intercept Brasil, que, em parceria com outros veículos, publicou os diálogos, no que ficou conhecido como o escândalo da Vaza Jato.
O material liberado por Lewandowski, que conta com 50 páginas, mostra o ex-ministro da Justiça auxiliando procuradores em relação às denúncias contra o ex-presidente Lula. Leia a íntegra aqui.