Bolsonaro diz que, se maioria quiser, horário de verão pode voltar
O presidente sancionou, em abril de 2019, o fim do horário de verão no Brasil, sob a justificativa de apoio popular
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, na manhã desta segunda-feira (2/8), que se a maioria da população apoiar, o horário de verão pode voltar a ser discutido. O mandatário da República sancionou, em abril de 2019, o fim do mecanismo no Brasil.
“Eu sempre, como parlamentar, quis colocar fim no horário de verão. Chegamos à conclusão de que ele não economiza energia como se esperava. E a maioria da população era favorável ao fim. Comprovou-se que não aumentava o consumo de energia. Até o momento, continua a maioria da população contrária”, disse o titular do Planalto.
“Se a maioria mudar, eu sigo a maioria, sou democrático”, completou o presidente em entrevista à rádio ABC, de Santo André, São Paulo.
Apesar de o chefe do Executivo nacional afirmar que a volta do horário de verão não tem apoio popular, empresários da própria base aliada do mandatário pedem a volta do instrumento.
“No momento, não tem clima, apoio popular para a gente voltar o horário de verão. O meu relógio biológico altera, é difícil se adaptar. Se a maioria da população quiser a volta, eu posso fazer isso daí. Vocês podem fazer uma pesquisa aí numa rádio e ver como fica a vontade popular”, sugeriu Bolsonaro.
Em julho, contudo, associações de empresas enviaram ao governo um pedido de volta do horário de verão. As companhias afirmaram que a extensão do horário das atividades poderia contribuir para a retomada dos negócios dos setores de turismo, bares e restaurantes.
No mesmo mês, o empresário bolsonarista Luciano Hang, conhecido como “Véio da Havan”, usou as redes sociais para apoiar a volta do horário de verão. “O fato de ganharmos uma hora durante o dia faz com que a roda da fortuna gire mais”, escreveu o dono da Havan no Facebook.
Remoção do horário de verão
Bolsonaro assinou, na manhã no dia 25 de abril de 2019, decreto que revogou o horário de verão, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.
Na ocasião, o presidente disse que, como cidadão, sempre teve “receio” da continuidade do horário de verão, e que decidiu acabar com a medida devido a pesquisas de opinião que mostraram que 70% da população brasileira era contra o decreto.
“O ministro da energia fez um estudo, procuramos gente da área de saúde para ver até que ponto afetava o relógio biológico das pessoas, e todas foram precedentes. Para economia, o horário de pico era às 15h, e na saúde, [o decreto] mexia com o relógio das pessoas”, afirmou.
“Após estudos técnicos que apontam para a eliminação dos benefícios por conta de fatores como iluminação mais eficiente, evolução das posses, aumento do consumo de energia e mudança de hábitos da população, decidimos que não haverá horário de verão na temporada 2019/2020”, disse o mandatário do país.