Bolsonaro diz que se algum filho cometer erro “vai pagar a conta”
Presidente admitiu que prática de “rachadinha” é comum e pediu a adversários: “Venham pra cima de mim”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, neste sábado (13/8), que se algum filho seu cometer algum erro, “vai pagar a conta”. A declaração foi feita em entrevista ao canal no YouTube Cara a Tapa, com Rica Perrone, após ser questionado sobre a reação dele caso seja comprovado um ato de corrupção de algum de seus filhos.
“Vai pagar a conta. Como pai, você vai ficar… Mas se cometer um erro, comprovado, premeditado, um ato como esse aí, não é uma questão de eu desentender contigo agora aqui, temos um problema. Cada um paga sua conta. O que eu sempre falo: ‘Vamos falar de mim, do meu governo’”, respondeu Bolsonaro.
O hoje senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), primogênito do presidente, foi investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) acusado de comandar suposto esquema de “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), à época em que era deputado estadual.
O caso foi revelado em dezembro de 2018, depois da eleição de Bolsonaro para a Presidência e pouco antes de sua posse. A prática, que consiste no confisco de parte dos salários dos funcionários, caracteriza desvio de dinheiro público.
Em maio deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) arquivou a denúncia contra o senador Flávio no caso das “rachadinhas” a pedido do Ministério Público do Rio, que considerou a investigação esvaziada após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular as provas que sustentavam o processo.
Bolsonaro ainda comentou a compra de uma mansão na capital federal por Flávio e pediu para adversários focarem nele. “Flávio comprou uma casa em Brasilia de R$ 6 milhões, verdade. Mais de 60% foi financiado pelo BRB. Agora, se aparecer algo de errado, responda pelos seus atos, lamento. Agora, venham pra cima de mim, porra”.
Em seguida, na mesma entrevista, Bolsonaro admitiu que a prática de “rachadinhas” é comum. “Uns fazem legalmente, entre aspas, no estatuto, outros fazem por fora. (…) É uma prática meio comum, concordo contigo. Não é só no Legislativo não, também no Executivo municipal, até em um outro poder também, tá? E em cargo de comissão você pode botar quem quiser.”
O mandatário, porém, evitou falar sobre o cometimento do crime por ele mesmo: “Não vou falar de mim. Sou suspeito pra falar de mim… Tem servidor meu falando, denunciando…”.