Bolsonaro diz que “poderio ditatorial” tem favorecido a esquerda
Presidente também reclamou da desmonetização de páginas da direita que defendem “a família e os bons costumes”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (17/1) que o “poderio ditatorial de controlar as pessoas” tem crescido no país. Ele se queixou de medidas adotadas pelo Poder Judiciário contra bolsonaristas.
“Nós temos assistido à derrubada de páginas no Facebook, à desmonetização de outras, mas só de gente do nosso lado, gente que defende a família, defende os bons costumes, que quer briga por liberdade. Agora, o outro lado não. Então, é um cerceamento muito forte contra a gente”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Rádio Viva FM de Vitória (ES).
“Esta sanha, esse poderio ditatorial de controlar as pessoas tem crescido e a esquerda tem ganhado muito com isso, em detrimento das opiniões da direita”, prosseguiu ele.
Bolsonaro anunciou que pretende conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre uma medida provisória (MP) que dificultaria a ação das redes sociais para apagar conteúdos. Editada às vésperas dos atos de 7 de Setembro, a MP foi devolvida assim que recebida pelo Congresso.
Em seguida, Bolsonaro voltou a afirmar que falas que excedam o direito à liberdade de expressão sejam punidas sem prisão.
“Nós queremos é simplesmente cumprir o que determina a nossa Constituição: liberdade total. E se alguém falar demais, ele responde por calúnia, difamação ou injúria, nunca com prisão.”
Bolsonaro tem se queixado de medidas judiciais adotadas contra aliados. Em 2021, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso após divulgar um vídeo com ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e fazer apologia ao Ato Institucional n° 5, o mais duro da ditadura militar.
O chefe do Executivo também tem criticado o caso do ex-deputado estadual do Paraná, Fernando Francischini (PSL) que, no dia 28 de outubro, teve o mandato cassado por fake news. A decisão foi do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, o mandatário classificou o caso de Francischini como um “estupro”.
As declarações são parte das críticas ao Judiciário, que, para Bolsonaro, pratica atos arbitrários contra a liberdade de expressão de figuras aliadas a ele.
Na semana passada, o presidente disse que não vai admitir um eventual banimento das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022, quando deve perseguir a reeleição. Na visão dele, uma ação nesse sentido seria “jogo baixo” e representaria “jogar fora das quatro linhas” da Constituição.