Bolsonaro diz que PMs do Ceará fizeram “greve” e não um “motim”
Apesar de militares serem proibidos pela Constituição de promover paralisações, presidente não criticou o movimento
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou como “greve” e não como “motim” o movimento dos policiais militares do Ceará, que se negaram a trabalhar por 13 dias e chegaram a ocupar quartéis e inutilizar viaturas da corporação.
“Terminou a GLO [operação de Garantia da Lei e da Ordem] porque decidiu a questão da greve dos policiais. Olha o que eu falei: ‘Greve’. Há uma diferença enorme entre greve e motim”, argumentou ele nesta quinta-feira (05/03). As declarações foram feitas durante a transmissão semanal que o presidente faz pelo Facebook.
De acordo com Bolsonaro, a mídia tratava como greve as paralisações de militares antes do governo dele, mas agora trata de maneira diferente o movimento.
Apesar de greve ser um direito constitucional dos trabalhadores brasileiros, ela é vetada a militares, o que inclui bombeiros, PMs e membros das Forças Armadas. O próprio ministro da Justiça, Sergio Moro, falou sobre o veto legal no último dia 1º de março: “Os policiais têm de ser valorizados, mas a paralisação é algo que a Constituição não permite”, disse ele.
Bolsonaro não tocou no ponto da ilegalidade, mas comemorou o fato de a GLO no estado ter terminado antes do previsto: “O governador Camilo [Santana, do PT] fez vários tuítes agradecendo. Não tem nada a ver a questão ideológica, quando se enquadra nas condições, a gente faz”, disse. “Mas pretendo dificultar as GLOs daqui para frente e espero que o Congresso vote a questão do excludente de ilicitude.”
Na live, Bolsonaro teve a companhia do secretário da Pesca, Jorge Seif Júnior.