Bolsonaro diz que pegou áudios “antes que tentassem adulterar”
Presidente, citado no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, também lembrou que não estava no Rio de Janeiro no dia do crime
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) declarou, neste sábado (02/11/2019), que pegou os dados da secretária eletrônica do condomínio onde tem residência antes que alguém mexesse nos áudios. “Nós pegamos, antes que alguém tentasse adulterar, toda a memória da secretária eletrônica.”
Nesta semana, uma reportagem do Jornal Nacional contou que um porteiro do condomínio onde o presidente tem casa no Rio de Janeiro disse que o policial militar Élcio Queiroz, um dos suspeitos da morte da vereadora Marielle Franco (PSol), teria ido ao local no dia do assassinato e informou na portaria que iria à casa de Bolsonaro.
Ainda de acordo com o porteiro, Élcio seguiu, contudo à casa de Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que atingiram Marielle. Ex-policial, Ronnie mora no mesmo condomínio.
Aos investigadores, o porteiro disse que ligou para a casa de Bolsonaro e que o “seu Jair” teria autorizado a entrada de Élcio. A própria reportagem menciona que o então deputado federal estava em Brasília na data e inclusive participou de votações.
Na coletiva, o presidente também pontua que não estava no Rio: “Eu estava em Brasília, está comprovado, várias passagens minhas pelo painel eletrônico”.
Após a veiculação da reportagem, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, divulgou imagens e áudios contestando a versão do porteiro e afirmando que a ligação sobre a autorização não foi para a casa do presidente.
Após a divulgação da matéria, as promotoras do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que atuam no caso disseram que o porteiro mentiu e que um áudio provaria que foi Ronnie quem autorizou a entrada de Élcio. Documento revelado pela Folha de S.Paulo, contudo, mostra que o MP não avaliou a possibilidade de adulteração dos arquivos de áudio que embasaram o posicionamento.