Bolsonaro diz que pandemia “pode ser fabricada” e minimiza pedidos de impeachment
Até o momento, 63 pedidos de afastamento do presidente foram protocolados na Câmara – muitos, pela forma como ele vem conduzindo a pandemia
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (27/1) que a pandemia do coronavírus “pode ser fabricada”. A Covid-19, doença causada pelo novo vírus, já matou mais de 217 mil pessoas no Brasil e cerca de 2 milhões ao redor do mundo.
A declaração foi feita durante um almoço fechado na churrascaria Nativas Grill, localizada na Vila Planalto.
“Quis o destino que uma pandemia, que pode ser fabricada, nos atingiu [sic] no início do ano passado”, disse o chefe do Executivo.
Durante discurso no almoço, que teve a presença de vários artistas do mundo sertanejo, além de ministros do governo, Bolsonaro ainda minimizou os mais de 60 pedidos de impeachment, muitos deles motivados pela atuação do governo no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
“Nós continuaremos nessa cadeira até o final de 2022. Tenho certeza disso. Não adianta falar que tem 40 processos de impeachment […] porque, se juntar todos, não dá nada. Absolutamente nada. Propostos por partidos de esquerda, como PT, PCdoB, PSol, ou até mesmo a OAB. Não levam a lugar nenhum, a não ser para causar transtorno e tentação na sociedade”, declarou.
Atualmente, 63 pedidos de afastamento do presidente Jair Bolsonaro foram protocolados na Câmara dos Deputados. Desses, 58 estão em análise, segundo a Secretaria-Geral da Câmara. Os demais foram arquivados ou não aceitos por questões formais, por exemplo, o que fez com que o mérito dos pedidos não fosse analisado.
Para que um processo de impeachment seja instaurado, é preciso que o presidente da Câmara aceite um pedido. O atual chefe da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deixará o posto na próxima semana.